João de Meira |
É possível que já alguém o tenha notado: João de Meira
é, a seguir a Francisco Martins Sarmento, o vimaranense que mais, e há mais
tempo, admiro. Admiro a sua inteligência, a sua erudição, a finura e a plasticidade
sua escrita, a sua irreverência, o seu sentido de humor. Admiro-o como o
historiador conhecedor e perspicaz que lançou um olhar lúcido sobre as velhas
monografias históricas e, apenas com alguns parágrafos, questionou e desmontou
alguns dos mitos vimaranenses mais entranhados na memória colectiva da cidade.
Admiro-o pelo seu desprendimento: tendo tudo para ter sido, por mérito próprio,
um dos mais notáveis poetas da sua geração, comprazia-se em produzir “imitações
autênticas” de outros escritores, cujos modos de escrever reproduzia com uma
facilidade impressionante.
Não tivesse desaparecido aos 32 anos, sem ter tido tempo
para cumprir a maior parte daquilo que prometia, João de Meira seria hoje uma
referência incontornável da cultura portuguesa da primeira metade do século XX.
João de Meira tem passado frequentemente pelas
Memórias de Araduca. Como contributo para a evocação que se impõe da sua
personalidade e da sua obra, aqui fica, no dia em que passa o centenário da sua
morte, um índice de textos aqui publicados que têm João de Meira como autor ou
como assunto. Se outro mérito não tiver, será um contributo para o
conhecimento da personalidade complexa de João Monteiro de Meira.
(Para ler os textos, basta tocar nos respectivos títulos)
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