O quarto nome que descobrimos intitular-se Guimarães é o de cidade Latita oppidum latitum. Consta da doação de Santa Maria de Oliveira copiada no livro de D. Muma nas palavras seguintes: in coenobio nuncupato Vimaranes quod est fundata ad radicem oppido latito não há que a rude traumática pois saía da barbária africana; o sentido está patente, pois confessa estar edificado o mosteiro na raiz da cidade Latita, a palavra oppidum no rigor da gramática latina, na frase jurídica e histórica significa cidade; denominava-se oppidum ab oppibiu tuendis posto que se diversifique oppidum, ab urbe, porque urbs tinha origem de um arado de metal com que delimitavam as cidades encostando as terras para a parte interior suspendendo os lugares das portas, levando o arado um touro e uma vaca como diz Virgílio: inter encas (?) urbem designat aratio. E se denominavam pelo nome oppidum as povoações edificadas sem esta cerimónia ou fosse cidade que tivesse muros ou que os não tivesse; assim convém em que as cidades promiscuamente se nomeavam já urbes já oppida. Com ambas as palavras se significa cidade e se conhece estar o mosteiro de Guimarães fundado nas raízes da cidade Latita.
João de Meira, O Claustro da Colegiada de Guimarães. Revista de Guimarães n.º 22, 1905, p. 39-56.
João de Meira, O Claustro da Colegiada de Guimarães. Revista de Guimarães n.º 22, 1905, p. 39-56.
[continua]
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