Em
documentos de meados do século XI aparecem as expressões termo
de pinario e
villa pinario,
que o Abade de Tagilde questiona se se refeririam à freguesia de
Pinheiro, que
já aparece nas Inquirições
desde 1220, com o nome que hoje tem.
Nos
apontamento do Abade de Tagilde, trasladados por João Lopes de
Faria, aparece a seguinte transcrição retirada de um manuscrito
intitulado “Itinerário de notícias e demonstração de clarezas”,
de 1706-1707, do Marquês de Lindoso, com acrescentos posteriores da
lavra de João Peixoto da Silva Almeida Macedo e Carvalho:
João
Martins, anadel-mor dos besteiros da vila de Guimarães, estando para
se embarcar com seu irmão Fernão Martins em uma nau, que fretou e
armou à sua custa, com a qual se ofereceu a D. Afonso V na jornada
que fazia para Azamor para onde foi em companhia do duque de
Bragança, instituiu da sua terça por escritura feita em Lisboa a
15-VIII-1513 o morgadio de Pinheiro, cuja cabeça é a quinta de
Pinheiro, nesta freguesia, anexada à capela de Jesus do Convento de
Francisco de Guimarães, com obrigação de uma missa rezada na dita
capela todas as sextas-feiras, sendo administrador o filho
primogénito de seus descendentes em linha direita, não sendo
clérigo, frade ou freira, sendo o administrador
que entrar obrigado sempre a empregar em bens para o morgado o que
render no
1.º ano, pagas as missas.
Nos
seus apontamentos,
anotou Francisco Martins Sarmento
Entre
S. Roque e S. Cristóvão da Abação fica a Igreja de Pinheiro, que
conserva de antigo apenas uma porta em ogiva, mas emparedada por uma
parede onde se rasga uma porta travessa moderna. Nas aduelas do arco
velho existe, segundo se afirma, uma inscrição, coberta hoje por
uma camada de cal.
Num
lugar entre S. Roque e Pinheiro apareceram os dois sátiros. De onde
vem aquilo? Parece terem servido para carrancas de água. A água vem
do alto da Penha e, a nascente dela, ou uma das nascentes, vem da
fonte chamada dos Mouros, que pelos modos não nasce longe da capela
de Santa Catarina. É preciso examinar tudo aquilo com vagar.
Julgo
que os dois sátiros a que Sarmento se refere são as duas figuras
barbadas esculpidas em granito que estão no Museu Arqueológico da
Sociedade Martins Sarmento, identificadas como sendo provenientes de
uma
propriedade designada a Parede, freguesia de Urgeses (Guimarães),
procedentes da Quinta da Presa, onde outrora existiu um grande
quintal muito bem tratado.
Pinheiro
é uma das freguesias cujas memórias paroquiais de 1758 andam
perdidas.
Pinheiro
Pinheiro
é aldeia e paróquia do termo da vila Guimarães, na comarca do
mesmo nome. O seu povo consta de 73 fogos, com 175 almas do
sacramento, na matriz consagrada ao Salvador.
O pároco
é abade apresentado pela Mitra de Braga e tem de côngrua 300$000
réis.
Referências
documentais:
“Pinheiro”,
Dicionário Geográfico de Portugal
(Memórias Paroquiais), Arquivo Nacional-Torre do Tombo,
Vol. 42, n.º 322,
p. 153.
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