O Castelo de Guimarães no início do século XX. |
Retomando a publicação dos artigos da campanha de 1908, do jornal O Comércio de Guimarães, em defesa do Castelo, transcreve-se agora o texto que saiu em 28 de Julho, onde, depois de se afirmar que o Castelo tinha em si “o suficiente para, um dia, ir pelos ares — o depósito de pólvora.”, que “as suas ameias se desmoronam dia a dia, que é um valhacouto de imundície, se não de alguma coisa imprópria de se dizer”, se apela às entidades locais — Câmara e associações — para que se coloquem à frente do combate em defesa do mais venerando dos nossos monumentos.
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O Castelo de Guimarães
V
Apesar
do concelho no Guimarães não ter no parlamento um representante directo, não
lhe faltará quem nele advogue os seus interesses, se ele o pedir.
Deve-se,
pois, procurar quanto antes, quem nele inste pela reparação do primeiro
monumento histórico.
Também
seria conveniente apela-se para a ilustre comissão dos monumentos nacionais.
Ela
pode prestar relevantíssimos serviços.
É
preciso dizer-lhe e expor-lhe tudo, isto é, que o castelo de Guimarães, essa veneranda
relíquia, tem em si o suficiente para, um dia, ir pelos ares — o depósito de pólvora.
Que
as suas ameias se desmoronam dia a dia, que é um valhacouto de imundície, se
não de alguma coisa imprópria de se dizer.
Não
descansemos sobre o assunto, e vencer-se-á a campanha.
Principiemos,
acabemos.
A
Câmara Municipal, as Associações Comercial e Artística e a benemérita Sociedade
Martins Sarmento devem ir na frente para o combate.
Nós
cá estamos, e estaremos no nosso posto.
O Comércio de
Guimarães, 28 de Julho de 1908
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