O Crystal Palace, no Hyde Park, aquando da Exposição Universal de 1851. |
Em 1851 realizou-se em
Londres a primeira Exposição Universal (Great Exhibition of the Works of Industry
of all Nations). Foi inaugurada, com grande pompa, pela Rainha Vitória, no dia 1
de Maio, num edifício expressamente construído para albergar a exposição, que se
tornaria num dos ex-libris da arquitectura do ferro, o Crystal Palace, montado
no Hyde Park e transferido, depois de encerrada a exposição, para o Sul de
Londres, onde, em 1936, seria destruído pelo fogo. Este edifício grandioso
causou admiração dos que o visitaram. No dia 15 de Maio, a Revista Universal
Lisbonense descrevia o carácter inovador dos materiais com que foi construído:
Os únicos materiais que entraram na construção do Palácio de Cristal são ferro, quer batido,
quer fundido, vidro e madeira somente para o sobrado e as paredes do pavimento
baixo; o vigamento é de ferro; o tecto e as fachadas superiores das quatro
galerias paralelas são de caixilhos de ferro envidraçado e munidos de um sistema
particular de ventilação.
Segundo a comissão que se encarregou de organizar a
participação portuguesa, a Exposição Universal, “repetida no futuro, será a medida dos
progressos da civilização de cada povo, aferida por um meio seguro e insuspeito”.
A participação portuguesa foi decidida tardiamente, mas, como se escreveria na
Revista Universal Lisbonense, no dia 11 de Setembro de 1851:
Por mais complicada que porventura seja a situação económica de Portugal, cumpre, todavia, confessar que
a sua exposição dá positivas esperanças de melhor futuro. Lá estão todos, os elementos de verdadeira regeneração
industrial, posto que as amostras expostas sejam muito incompletas e muitos
produtos não estejam ali representados.
Do catálogo dos produtos
portugueses que participaram na Exposição de Londres de 1851 constavam diversos
produtos e produtores de Guimarães, a saber:
634 UM JOGO DE TESOURAS. - Expositor, Manuel José da Silva Cerqueira.
Vila de Guimarães, distrito de Braga, Minho. É obra de expositor feita à mão.
É este um ramo de indústria, que há nesta vila em grande escala, e donde se
fornece uma parte do reino.
Revista Universal Lisbonense, volume 11, 30 de Outubro de 1851, p. 139
1123 C. BEZERRO. – Expositor e fabricante, Cristóvão José Fernandes de
Sousa.
Guimarães.
Revista Universal Lisbonense, volume 11, 6 de Novembro de 1851, p. 196
1165 Caixa de linha fina em forma de flores. – Expositor, um particular.
Guimarães. Minho.
1166 Caixa de linhas finas em forma de flores. – Expositor, um particular.
Guimarães. Minho.
1167 Meadinhas de linha fina para coser. – Expositor, um particular.
Guimarães. Minho.
1168 Uma árvore feita de linhas finas. – Expositor, um particular.
Guimarães. Minho.
Ramo de indústrias do Minho, onde se faz nesse género, obra com toda a
perfeição.
Revista Universal Lisbonense, volume 11, 15 de Janeiro de 1852, p. 268
1248 LITOGRAFIA, representando o castelo da vila de Guimarães, na
província do Minho.
Revista Universal Lisbonense, volume 11, 22 de Janeiro de 1852, p. 280
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