Efeméride do dia: Cai neve sobre Guimarães


Neve sobre Guimarães (fotografia de Mário Cardoso, 1939)

3 de Abril de 1847:

De manhã apareceu tudo coberto de neve, levando bastante tempo a derreter e havendo um intensíssimo frio. Toda a gente se admirou de haver tanta neve e tão tarde. Em algumas partes a neve subiu acima de 2 palmos de altura.
(João Lopes de Faria, Efemérides Vimaranenses, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento, vol. II, p. 9)

Pela sua raridade, a queda de neve em terras de Guimarães sempre foi um acontecimento digno de registo. Na maior parte das vezes, apenas era avistada no alto da montanha da Penha ou, quando caía sobre a cidade, não ultrapassava meia dúzia de centímetros de espessura. Não foi assim no dia 3 de Abril de 1847, em que o nevão que se abateu sobre Guimarães formou um tapete com quase meio metro de altura.


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5 Comentários

Anónimo disse…
Estou espantado com a data, uma vez que aparece o quiosque do Marinho em pleno jardim da Alameda, que sempre pensei que apenas existisse no séc. XX.
Segundo me contou o Zé Marinho, actual dono do quiosque Marinho, antes deste quiosque do jardim da Alameda, onde tantas vezes lemos livrinhos de cowboys devidamente agachados e protegidos junto à parede onde era feito o atendimento, o Avô Marinho tinha tido uma banca de venda de jornais junto ao painel de muralha da Torre da Alfândega, banca essa que em tempos foi abalroada por uma viatura desgovernada. Foi na sequência desse acidente que foi feito este novo quiosque, pelo que 1847 me parece muito cedo. Jorge Carvalho
Peço desculpa pela confusão, mas a fotografia que vai aí acima não é, nem poderia ser, de 1847, já que naquele ano ainda não se fotografava assim. É uma fotografia do final da década de 1930, que foi usada apenas para mostrar. O nevão a que se refere a efeméride aconteceu em 1847, sem dúvida. A fotografia é meramente ilustrativa.

De qualquer modo, obrigado pelo seu comentário. Irei colocar uma legenda na fotografia para evitar mal-entendidos.
Belmiro Oliveira disse…
Essa viatura desgovernada pertencia a um filho de um industrial de Pevidém. Foi por se distrair com uma jovem que ia dentro de outro carro. Não sei o ano mas foi pelos anos 30 do século passado.
Eu "lembro-me": o abalroamento do quiosque que estava junto à Torre da Alfândega aconteceu por volta da meia-noite do dia 9 de Abril de 1939. O condutor vinha de uma sessão no Teatro Martins Sarmento (que era o nome que então tinha o Teatro Jordão) e chamava-se Honorato da Cunha Guimarães, natural de Candoso. Logo a seguir, foi proposta a sua passagem para o Passeio da Independência (a Câmara aproveitou para não autorizar a reconstrução junto da torre, que era alvo de críticas frequentes), que é o que se vê na fotografia e que começou a ser construído em Junho daquele ano.
O quiosque foi inaugurado no dia 4 de Agosto, transformado em bar.
Da rapariga que acompanharia o condutor desajeitado, e do que iriam ambos a fazer, nada dizem as minhas fontes...