Eloquência, escultura de Júlio Vaz Júnior, na Assembleia da República |
Em meados do século XIX, Bento
Cardoso era o causídico mais prestigiado do foro de Guimarães. A sua reputação
passava muito para além dos muros de Guimarães, como o demonstra uma notícia
publicada em 1843 na Revista Universal
Lisbonense, onde se salientam os seus extraordinários recursos oratórios.
UMA VITÓRIA DA ELOQUÊNCIA
De Guimarães, nos escreve o sr.
M. J. C., - que uma rapariga, pobre desvalida, acusada energicamente pelo
Ministério Público do horroroso crime de infanticídio, tão hábil e
pateticamente fora defendida pelo Sr. Bento António de Oliveira Cardoso, que os
numerosos ouvintes e os juízes, inundados em lágrimas, se deixaram levar sem
resistência à mais profunda convicção de que a triste rapariga, apresentada em
tão horrível teatro e com papel tão odioso, era inocente. Saiu absolvida, saiu
triunfante, e triunfantíssimo o seu defensor. Este discurso, diz o nosso
correspondente que vai ser impresso, e acrescenta, que se na leitura for tal
qual pareceu, ataviado dos prestígios de declamação, ficará sendo havido por um
modelo do seu género.
Revista Universal Lisbonense, 3, 1843-1844, 4 de Janeiro
de 1844, p. 255
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