Escritores Vimaranenses (11): António Joaquim de Oliveira Cardoso

ANTÓNIO JOAQUIM DE OLIVEIRA CARDOSO, Cavaleiro da Ordem de S. Tiago da Espada, Bacharel formado em Cânones pela Universidade de Coimbra, Cónego da insigne colegiada de Guimarães, etc. — Nasceu na vila (hoje cidade) de Guimarães a 12 de Janeiro de 1809.

Os poucos versos até agora publicados com o seu nome, reduzem-se a alguns Pregões de S. Nicolau; que são bandos em verso, recitados por antigo costume nos dias 5 de Dezembro pelos corpos dos estudantes de Guimarães nas vésperas da grande função com que na mesma cidade se comemora anualmente o aniversário do Santo. Anónimas têm sido impressas algumas poesias suas, cujo mérito incontestável faz desejar que ele seja menos avaro em favorecer o público com a participação de muitas, que por pouco ambicioso de aplausos conserva, segundo se diz, inéditas.
De todas as publicadas pude ver unicamente:
Ode á sepultura de sua mãe.— Saiu em folhetim no Periódico dos pobres do Porto, n.° 111 de 13 de Maio de 1851, tendo por assinatura ***.
Ode á memória de seu mestre o em.m° cardeal arcebispo primaz D. Pedro Paulo de Figueiredo da Cunha e Mello .— Saiu primeiro no Moderado de Braga, e daí foi transcrita para outras folhas, inclusive para o Periódico dos pobres do Porto, n.° 36 de 11 de Fevereiro do 1856, onde a vi.
Tentativa de suicídio. — Guimarães, Typ. de Francisco José Monteiro, sem designação do ano. 8.° gr. de 8 pág. inumeradas. — É um monólogo, que foi recitado no teatro de D. Afonso Henriques em Guimarães, por ocasião de representar-se aí a Virgem do Campo, drama do mesmo autor. Consta que além desse drama compôs, e conserva manuscritos, posto que também já representados com grande aplauso, três outros, intitulados: Maria PaIs, a Pena de morte, e Egas Moniz. A respeito deste último pode ver-se um comunicado, inserto no Comércio do Porto n.° 18, de 23 de Janeiro de 1862.
Bem pode ser que, apesar de tudo, este escritor provinciano (que não tenho a honra de conhecer), pertença à classe dos brutinhos de que tão decorosa e urbanamente fala o muito analisado crítico sr. Osório de Vasconcelos, na primeira diatribe com que me fustigou no Jornal do Comércio (veja-se o n.° 3706 de 28 de Abril de 1866, na terceira pág., col. 2.ª, linhas 21.ª até 29.ª), os quais, como ele diz, abundam em grande cópia naquele acervo de notícias boas e más, chamado “Diccionario”, arranjado como todos nós sabemos (frases do polido, espirituoso e festejado folhetinista)!!!
Dicionário Bibliográfico Português, de Inocêncio Francisco da Silva, continuado e ampliado por Pedro V. de Brito Aranha, Tomo VIII, Imprensa Nacional, p. 189

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