Na procura de um significado para o pinheiro nicolino, por estes dias levantado, têm sido avançadas algumas hipóteses singulares, associando o elemento que se transformou na principal referência das festas dos estudantes de Guimarães a um símbolo da virilidade. Nesta linha interpretativa, a escolha do pinheiro para protagonista da grande noite das festas a S. Nicolau faz todo o sentido, já que o nome científico do nosso pinheiro-bravo, pinus pinaster, não deixa de ser sugestivo, quando conhecemos uma das designações vernáculas mais populares utilizadas em terras de Guimarães para designar o acto sexual: pinar.
Por outro lado, a preocupação de encontrar, em cada ano, o pinheiro mais alto das redondezas, para ser erguido em espaço público na noite de 29 de Novembro, contribui para acentuar a dimensão fálica inerente a esta interpretação do pinheiro. O pinheiro erecto seria, assim, uma representação simbólica da virilidade que andaria associada às festas nicolinas.
Esta associação é particularmente atraente quando sabemos que o nome que antigamente era dado ao mastro mais alto das antigas embarcações, utilizado como posto de observação era... caralho (carajo, em castelhano). Como se tratava de um lugar indesejado, pela sua exposição ao vento, à chuva, ao sol e às oscilações do barco, era para aí que eram enviados os marinheiros que careciam de ser castigados. Daí a expressão "vai para o caralho", com o significado de mandar alguém para aquele sítio tão inóspito, para onde ninguém queria ir. Não se sabe ao certo quando a expressão (que é usada na nossa língua desde, pelo menos, o século XIII) passou a ter o significado mais corrente nos dias de hoje. Mas não é difícil de perceber a associação entre o mastro, o pau e o órgão sexual masculino.
Esta associação é particularmente atraente quando sabemos que o nome que antigamente era dado ao mastro mais alto das antigas embarcações, utilizado como posto de observação era... caralho (carajo, em castelhano). Como se tratava de um lugar indesejado, pela sua exposição ao vento, à chuva, ao sol e às oscilações do barco, era para aí que eram enviados os marinheiros que careciam de ser castigados. Daí a expressão "vai para o caralho", com o significado de mandar alguém para aquele sítio tão inóspito, para onde ninguém queria ir. Não se sabe ao certo quando a expressão (que é usada na nossa língua desde, pelo menos, o século XIII) passou a ter o significado mais corrente nos dias de hoje. Mas não é difícil de perceber a associação entre o mastro, o pau e o órgão sexual masculino.
[Aquela expressão tão sugestiva adquiriu, ao longo do tempo, múltiplos significados, como doutrina um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, recentemente tornado público:
"[...] A utilização da expressão não é ofensiva, mas sim um modo de verbalizar estados de alma [...] pois tal resulta da experiência comum, que caralho é palavra usada por alguns (muitos) para expressar, definir, explicar ou enfatizar toda uma gama de sentimentos humanos e diversos estados de ânimo. Por exemplo pró caralho é usado para representar algo excessivo. Seja grande ou pequeno de mais. Serve para referenciar realidades numéricas indefinidas: chove pra caralho..., o Cristiano Ronaldo joga pra caralho... [...] não há nada a que não se possa juntar um caralho, funcionando este como verdadeira muleta oratória."]
Quer pela forma (um grande tronco erecto), quer pela sua designação latina, não faltam argumentos para associar o pinheiro nicolino à representação da virilidade.
Cá por mim, confesso que não estou nada convencido quanto a tal associação: o pinheiro, outrora designado simplesmente como mastro, não será mais do que o pau da bandeira nicolina (hoje, ao contrário de outros tempos, já só pau, sem a bandeira, a bandeira de Minerva, cujo rasto se terá perdido), que, tal como em tantas outras festividades cíclicas de raiz popular, proclama a festa, enquanto ela dura.
Cá por mim, confesso que não estou nada convencido quanto a tal associação: o pinheiro, outrora designado simplesmente como mastro, não será mais do que o pau da bandeira nicolina (hoje, ao contrário de outros tempos, já só pau, sem a bandeira, a bandeira de Minerva, cujo rasto se terá perdido), que, tal como em tantas outras festividades cíclicas de raiz popular, proclama a festa, enquanto ela dura.
[continua]
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