O janelão da Colegiada


Em meados de 1844, um grupo de viajantes ingleses instalou-se na Estalagem da Oliveira, situada em frente à Colegiada. As impressões da visita a Guimarães ficariam registadas no primeiro volume da obra Lusitanian sketches of the pen and pencil, de William H. G. Kingston, publicado em Londres em 1845, onde aparece um desenho representando a Catedral de Guimarães, traçado a partir de uma das janelas da estalagem.

 
Enquanto o resto do grupo terminava o pequeno-almoço, fiz um desenho da catedral a partir da janela da sala. (William H. G. Kingston, Lusitanian sketches of the pen and pencil, Londres, 1845, vol. I, p. 130)

 
No prefácio da obra, que inclui alguns desenhos (traçados a lápis) que ilustram o texto (escrito a caneta), o autor faz questão de notar que, apesar de não serem artísticos, são fiéis à realidade. A ser verdade, por cima do pórtico da igreja existiria, naquela altura, uma rosácea gótica bastante elaborada.
A fotografia mais antiga que conhecemos que permite ver o janelão que encima o portal da igreja da Colegiada é de Frederik W. Flower e mostra-o tal como o conhecemos, de outras tantas imagens posteriores: com uma abertura circular central (a que acrescia uma abertura menor que se lhe sobrepunha e duas outras de formato oval, colocadas lado a lado, na parte inferior).

O Padrão do da Oliveira e parte da fachada da Colegiada numa fotografia de Frederik W. Flower (obtida entre 1849 e 1859)

 
Esta fotografia, publicada na obra Guimarães do Passado e do Presente, de 1985, e também no volume com o mesmo título lançado em 2009 pela Câmara Municipal de Guimarães, aparece datada de 1845, em ambas as publicações, indicação que, seguramente, está errada, uma vez que os trabalhos fotográficos do seu autor, Frederick William Flower, foram realizados ao longo da da década que vai de 1849 a 1859. Pela presença das grades de ferro no padrão e no adro da igreja, percebemos a fotografia não será anterior a Março de 1857.

Falta resolver o mistério da rosácea desenhada por Kingston.

 

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