“Se na batalha do campo de S. Mamede, em que Afonso Henriques arrancou definitivamente o poder das mãos de sua mãe, ou antes das do conde de Trava, a sorte das armas lhe houvera sido adversa, constituiríamos provavelmente hoje uma província de Espanha. Mas no progresso da civilização humana tínhamos uma missão que cumprir. Era necessário que no último ocidente da Europa surgisse um povo, cheio de actividade e vigor, para cuja acção fosse insuficiente o âmbito da terra pátria, um povo de homens de imaginação ardente, apaixonados do incógnito, do misterioso, amando balouçar-se no dorso das vagas ou correr por cima delas envoltos no temporal, e cujos destinos eram conquistar para o cristianismo e para a civilização três partes do mundo, devendo ter em recompensa unicamente a glória. E a glória dele é tanto maior quanto, encerrado na estreiteza de breves limites, sumido no meio dos grandes impérios da Terra, o seu nome retumbou por todo o globo.”
Alexandre Herculano, O Bobo, Cap. I
4 Comentários
Aproveito, António Amaro das Neves, para o felicitar pelo excelente blogue. Um dos melhores!
Agradeço o que me diz (também sou, com prazer, cliente diário da sua Idolátrica). Isto que aqui tenho não é mais do que uma forma muito prática de ir arrumando os "papéis", partindo do princípio que alguns deles possam vir a ser úteis a alguém.