Pelas 12 horas da manhã saiu o imponente e deslumbrante cortejo cívico em honra de D. Afonso Henriques.
Saiu ao estralejar de girândolas e ao repicar festivo dos campanários da cidade.
A ordem por que ia distribuído já a publicamos, tendo só a acrescentar que o cortejo ia bem organizado, bem representado, na melhor boa ordem e muito extenso.
Causou entusiasmo pela forma primorosa que se apresentou, um cavaleiro vestido à época, os grupos de cavaleiros vestindo como os guerreiros do século XII etc, etc.
Também causou assombro o Carro de honra, obra primorosa de Abel Cardoso, cuja descrição já foi por nós feita, bem como o Carro da Indústria de José Pina que, mais uma vez, mostrou aos estranhos que Guimarães tem artistas que nos honram.
Aos dois notáveis artistas, os nossos parabéns.
Incorporaram-se também no cortejo o Carro das Escolas representado por um barro engalanado a rosas, conduzindo alunos de ambos os sexos das escolas oficiais da cidade o concelho que distribuíam flores.
O Carro ia bem ornamentado, lendo-se diversas legendas dedicadas à instrução.
Carro das alfaias agrícolas, bem ornamentado com os competentes apetrechos agrícolas.
Corpo da Casa Herold, também de um belo efeito.
Por vezes ouvimos à passagem do cortejo, o estralejar de salvas de palmas, principalmente quando aparecia o grupo das raparigas minhotas, muito bem vestidas e adornadas com muito ouro.
Iam cercadas de lavradores e conduziam apetrechos duma espadelada.
Mereceram muitos aplausos.
No cortejo incorporou-se o ilustre governador civil do distrito snr. Dr. Manuel Monteiro que à passagem do mesmo pela estátua de D. Afonso Henriques subiu a um estrada adornado para esse fim, com a Associação Comercial, Câmara Municipal e pessoas de representação.
O snr. Eduardo Almeida presidente da Associação Comercial leu uma bem burilada mensagem referente ao acto solene, sendo-lhe respondido por outra mensagem pelo presidente da comissão municipal, snr. José Pinto Teixeira de Abreu, sendo ambos os oradores muito aplaudidos.
Em seguida o sr. governador civil descerrou a lapide que se achava coberta em a bandeira da época encimada por uma palma.
Esta cerimónia foi coroada por uma estridente salva de palmas, repicar festivo dos sinos e pelas filarmónicas que tomavam parte no cortejo.
A lápide encerra os seguintes dizeres:
“Guimarães a D. Afonso Henriques
no VIII centenário do seu
nascimento
VI – VIII – MCMXI”
no VIII centenário do seu
nascimento
VI – VIII – MCMXI”
O cortejo continuou em seguida em direcção ao Castelo aonde se procedeu a idêntica cerimónia.
O Comércio de Guimarães, n.º 2575, de 11 de Agosto de 1911
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