Ponte de Campelos (fotografia da Junta de Freguesia) |
Chama-se
Ponte
e,
por assim se chamar, faz parte do grupo das freguesias de Guimarães
cujas memórias paroquiais de 1758 se extraviaram. Em
finais do século XIX, São
João de Ponte
tinha duas pontes (a das Taipas, com três arcos, então nova, que
permitia ao atravessamento da estrada real sobre o rio Ave) e a de S.
João, com quatro arcos, a
velha e memorável, de
onde teria
vindo
o nome da freguesia.
Segundo
os apontamentos do Abade de Tagilde, no
seu curso por
São João de Ponte,
o Ave
era ainda atravessado por dois pontilhões, o de Caldelas e o de
Pomarelho. Tinha muitos moinhos nas
suas margens,
sendo dois de azeite. E mais havia no regato de Pouve, que nascia em
Corvite e atravessava a freguesia até morrer no rio Ave, mas estes
só trabalhavam no Inverno, por lhes ser escassa a água nas outras
estações.
Na Idade Média, aqui existiu um mosteiro beneditino que, no ano de 957, o rei Ramiro doou ao outro mosteiro que a sua tia, Mumadona Dias, fundou em Guimarães.
Na Idade Média, aqui existiu um mosteiro beneditino que, no ano de 957, o rei Ramiro doou ao outro mosteiro que a sua tia, Mumadona Dias, fundou em Guimarães.
Em
1306, os rendimentos da igreja de Ponte foram anexados à Colegiada
de Guimarães. Em 1360, seriam arrendados ao seu tesoureiro-mor,
Martim Afonso, enquanto durasse a sua vida, com a obrigação de
pagar 80 libras de renda anual, além de 54 libras de remuneração
ao capelão da igreja, com a obrigação de o prover de um mocinho
para ajudar à missa, almuinha (horta) e “manceba que lhe cozinhe a
carne, e pescada e broa” (na transcrição que fez dos apontamentos
do Abade de Tagilde, João Lopes de Faria sublinhou a palavra
manceba...). Ademais, tinha que pagar ao arcebispo de Braga 14 libras
anuais pelos bodos (festins de comer, que antigamente se faziam nas
igrejas por ocasião de certas solenidades ou em satisfação de
votos).
Pelas
Efemérides Vimaranenses, coligidas pelo incansável João
Lopes de Faria, sabemos que, no final de Setembro de 1483, a
Colegiada de Guimarães, em que, os moradores de São João de Ponte
se incumbiam de dar um dia de trabalho em cada ano, para malharem “as
messes (colheitas) e trigos dos dízimos da freguesia que eram do
Cabido”, a troco de dois almudes de vinho, que o Cabido forneceria
“para a fogueira do Natal”.
Ponte
Ponte
é aldeia e paróquia
do termo da vila Guimarães, na comarca do mesmo nome. O seu povo
consta de 250 fogos, com 750 almas de comunhão, na matriz dedicada a
São João Baptista.
O pároco
é vigário colado apresentado pelo Cabido da Real Colegiada de
Guimarães. Tem de côngrua 150$000 réis.
“Ponte”,
Dicionário Geográfico de Portugal
(Memórias Paroquiais), Arquivo Nacional-Torre do Tombo,
Vol. 42, n.º 333,
p. 159.
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