" ....no velho casarão negro e em osso" - Fotografia de Carlos Mesquita |
Depois da Escola fui colocado como alferes no 20, em Guimarães. Outra louça. Achei-me numa casa de campo sem conforto nenhum, mas a parada da guarda era às onze – entrada – e tocava à ordem à uma – saída. Meia dúzia de soldados no velho casarão negro e em osso, e oficiais a jogar o gamão, numa sala, ali encantados desde o princípio do Mundo. De quinze em quinze dias uma inspecção: ficava-se no quartel, mas eu, como noivo, fechava os soldados à chave, metia esta no bolso e ia dormir a casa.
Raul Brandão, Vale de Josafat, Memórias,
volume III, (capítulo: Vida militar)
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