Em Março deste ano, na tentativa
perceber aquilo que ia ouvindo com muita insistência (que na cidade de Guimarães havia tanta
necessidade de lugares para estacionamento que remediá-la era a prioridade da
autarquia — e também da principal força da oposição), dei uma volta pelos
parques de estacionamento da cidade e tornei público o que
vi, que apenas confirmou o que já sabia: que em Guimarães fazem tanta falta
mais lugares para estacionar como violas
a acompanhar enterros. Na altura, houve quem procurasse apoucar o que escrevi, apelidando o processo utilizado como “técnica
do olhómetro”. É verdade, foi essa técnica que usei, confesso, mas ninguém
contrapôs outra mais rigorosa que tivesse sido usada para apurar a dimensão do problema.
Vai daí, volto agora a usar a mesma técnica de ver com os olhos, mas sem sair
do lugar. Usarei, como guias, as fantásticas ferramentas que a Google disponibiliza,
primeiro o Google Earth, que usa imagens de satélite, depois o Street View, que
trabalha com vistas panorâmicas de 360o, ao nível do solo, e que nos
permite percorrer as ruas da cidade como se estivéssemos nelas.
O primeiro sítio onde o
Google Earth me levou foi o que mostra a imagem que encima este texto e… fala
por si. Ali se vê, em primeiro plano, onde o piso está preenchido com rectângulos
vermelhos, o recinto da feira semanal, que funciona como parque de
estacionamento gratuito todos os dias da semana, excepto à sexta-feira. Taxa de
ocupação: umas dezenas de carros onde cabem várias centenas. Um pouco mais para
a direita, do outro lado da rua da Liberdade, vê-se o parque privado da
Caldeiroa, praticamente vazio. Estes dois parques quase que encostam ao miolo
do quarteirão formado pelas ruas da Liberdade, de Camões e da Caldeiroa e
respectivas travessas, onde se vão enterrar mais de 7 milhões de euros para
construir um parque de estacionamento de quatro pisos. Se calhar, não havia necessidade...
Enquanto isso…
O parque de
estacionamento de Couros (gratuito) estava assim:
O da Estação, também gratuito, assim estava:
Os aparcamento da Alameda
Alfredo Pimenta (pago), das imediações do estádio (gratuito) e do novo parque
na Avenida de S. Gonçalo (à direita na imagem, privado e pago), estavam preenchidos como a imagem mostra:
Tudo isto num dia em que
o Parque das Hortas (gratuito e com grande capacidade de aparcamento) estava encerrado, por
andar em obras.
Mais palavras, para quê?
[A continuar, com uma viagem aos parques cobertos de Guimarães, a bordo do Google Street View.]
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