Já está disponível, para discussão pública,
o Estudo
prévio sobre estacionamento automóvel na área urbana central de Guimarães,
que resulta da anunciada encomenda de um
estudo de viabilidade para a instalação de um parque de estacionamento
subterrâneo no Largo República do Brasil e Alameda. É um documento
importante, a que já fiz uma primeira leitura e sobre o qual tentarei dar a
minha opinião, assim que a tiver melhor formulada, depois de uma análise mais
atenta e de ouvir o que pensam algumas pessoas com quem costumo conversar sobre assuntos desta natureza.
Desta leitura inicial deixo aqui uma primeira
nota.
De um estudo com esta natureza, que se propõe analisar o estacionamento no centro urbano de Guimarães, esperava que viesse carregado de dados numéricos, resultantes de medições e de contagens e que permitissem a análise de fluxos de tráfego, a quantificação das entradas e saídas de veículos, a avaliação da oferta de estacionamento disponível, a sua ocupação média, as variações da procura consoante as horas do dia, o comportamento dos automobilistas, nomeadamente a dimensão da sua disposição para pagar para estacionar (Willingness to Pay, no jargão dos estudos de viabilidade). Estes indicadores devem ser construídos a partir de instrumentos adequados, nomeadamente contagens de fluxo de tráfego, estatísticas de ocupação da oferta de aparcamento disponível ou inquéritos aplicados a potenciais utilizadores.
De um estudo com esta natureza, que se propõe analisar o estacionamento no centro urbano de Guimarães, esperava que viesse carregado de dados numéricos, resultantes de medições e de contagens e que permitissem a análise de fluxos de tráfego, a quantificação das entradas e saídas de veículos, a avaliação da oferta de estacionamento disponível, a sua ocupação média, as variações da procura consoante as horas do dia, o comportamento dos automobilistas, nomeadamente a dimensão da sua disposição para pagar para estacionar (Willingness to Pay, no jargão dos estudos de viabilidade). Estes indicadores devem ser construídos a partir de instrumentos adequados, nomeadamente contagens de fluxo de tráfego, estatísticas de ocupação da oferta de aparcamento disponível ou inquéritos aplicados a potenciais utilizadores.
Por outras palavras, seria expectável
que um estudo desta natureza partisse da avaliação da oferta para a estimativa da
procura, presente e futura. Algo que facilmente se ilustraria com meia dúzia de
tabelas e de gráficos. Mas, ao que se percebe, não foi esse o modelo de análise
que os autores utilizaram. Em matéria de quantificação, o que encontrámos neste
estudo é muito vago e impreciso. É certo que lá estão números que nos dizem da dimensão da
oferta disponível. Mas nada nos dizem, em termos mensuráveis, acerca da sua
taxa de ocupação ou da sua adequação ou desadequação à procura existente.
Do que afirmo, fica um exemplo,
retirado da página 7 do documento:
A resposta à necessidade dos residentes tem sido acautelada através da criação de ruas e de pequenas bolsas de estacionamento de acesso condicionado, no entanto a capacidade instalada encontra-se preenchida podendo indicar um défice face à procura existente.
O que se diz quando se escreve “podendo
indicar um défice face à procura existente” é que não se tem base sustentável para
afirmar se há, ou se não há, défice face à procura existente.
Será que faz
sentido avançar com a proposta de construção de novos parques sem que esteja
inequivocamente demonstrada e quantificada a sua necessidade?
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