As Poesias de António Lobo de Carvalho (48)

Gasto diário que faz o convento de S. Francisco com o Provincial Fr. Póvoa, em diversos pratinhos.

  

De pratinhos ao Póvoa tão somente
Mil réis doze se lêem cada semana;
Decerto o contador se não engana,
Que examina os bilhetes diligente:

O pobre guardião é quem o sente,
Por mais que um seu amigo o desengana;
Vendo que uma despesa tão insana
A esmola há-de chupar-lhe certamente:

Se acaso vai peru, ou vai leitão,
Por inteiro há-de ser, seja o que for,
Aliás é descomposto o guardião:

É do pobre convento o comedor;
Eis aqui os exemplos, que nos dão

As lições deste bom reformador.

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