Aos Deuses
do Gentilismo, que o Marquês de Pombal tinha mandado tirar do Bom Jesus do
Monte, e que depois de sua morte foram colocados no mesmo Santuário.
Apolo, Ganimedes e Narciso,
No Limbo de Val de Este encarcerados,
Já o tempo chegou, que a ira dos fados
O horror da pena, vos converte em riso.
Quantas aranhas, quanto pó diviso
Que a prisão vos teceu nos estufados,
Varre-se tudo, e lede alvoroçados,
Deste correio o mais gostoso aviso.
“De Abril aos vinte e cinco, e mais dois dias,
Borrou-se a sua Estátua, o seu governo,
Ao Amado das Nações das Profecias.”
Quero dizer, segundo o meu caderno,
Que o Marquês de Pombal vosso Messias,
Vai ter convosco brevemente ao Inferno.
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