Imagem do filme "Em honra de S. Gualter", de Rui Simões |
Vendo o povo de Guimarães as maravilhas,
que Deus Senhor nosso fazia pelos merecimentos deste grande Servo seu, o elegeram
por seu Padroeiro, e lhe fazem festa todos os anos, e há no segundo dia de Agosto
uma Feira franca, na mesma Vila, que é das mais célebres, que tem Portugal. Acham-se
colocadas as suas santas Relíquias com majestosa decência em uma formosa Capela,
que se fez a expensas da Vila, e na pedra do sepulcro fe vê um letreiro de
letras douradas, que diz:
Divo Gualtero D. F. D. Vimaran.
Patrono instaurati festii voto IV. anno-
que M. D. LXXVII. P. V. F. C.
Que quer dizer: No ano de 1577, mandou fazer
o povo de Guimarães esta Capela e sepultura a S. Gualter, discípulo de
S. Francisco e Padroeiro da mesma Vila, por voto que lhe fez a quarta vez de
renovar a sua festa.
Algumas Relíquias se conservam em um cofrezinho,
vestido de veludo carmesim e chapeado de prata e a cabeça em um meio corpo,
figura do mesmo Santo, de quem tratam todas as Crónicas da Religião, para honra
e glória de Deus, que seja eternamente louvado em seus Santos.
Boaventura
Maciel Aranha, Cuidados da morte e
descuidos da vida, Oficina de Francisco Borges de Sousa, Lisboa, 1761, tomo
I, pp. 136-137
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