A Praça da Oliveira representada na planta de Guimarães de c. 1569. A coluna que aparece do lado esquerdo do terreiro é o pelourinho da vila. |
4 de Maio de 1729
É arrematada pelo mestre pedreiro João Teixeira, da
freguesia de Golães, e por 7$200 réis a pedra carreada à custa do concelho, a
construção de uma forca, de altura de 13 palmos e 2 pilares de 3 palmos de
largo em quadro, acabando cada um com sua pirâmide. O falecido abade de
Tagilde, publicou esta efeméride no “Vimaranense”, e acrescentou-lhe: “Dá-nos
esta notícia o padre Caldas nos seus Apontamentos
para a História de Guimarães, quando trata do pelourinho que havia no Campo
de S. Francisco, mas não nos diz se a forca devia ser levantada no mesmo local
do referido pelourinho. Felizmente não chegou a ser neste local ou noutro qualquer
da vila”. - A forca fez-se no alto do monte da Quinta de Vila Flor, onde ainda
estão duas pedras quadradas, soleiras dos pilares, e no respectivo livro da
despesa feita pela Câmara no ano de 1729 consta a seguinte verba:”com a forca
que se fez e ferro para ela e chumbo e cal 9$190 réis”.
(João Lopes de Faria, Efemérides
Vimaranenses, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento, vol.
II, p. 112)
Não há memória da execução da
pena de morte em terras de Guimarães. É certo que foi erguida uma forca em
1729, mas também parece certo que nunca serviu para o fim para que foi erguida.
Por aqui, temos notícias de uns quantos enforcamentos, mas todos eles resultantes
de suicídios consumados. Aparentemente, os mais de nove mil réis que se
gastaram com a forca em 1729 resultaram numa despesa inútil, ou seja, este foi mais
um caso de desperdício de dinheiros públicos… Felizmente, como diria o Abade de
Tagilde.
Para execução de penas que
implicavam humilhação pública, existiu em Guimarães um pelourinho. Esteve na
Praça da Oliveira (está representado na plana quinhentista de Guimarães) e
depois foi transferido para perto do Convento de S. Francisco para o espaço que
então ficou conhecido como Largo do Pelourinho, hoje Largo do Trovador.
0 Comentários