Parodiando o soneto em que João Xavier de
Matos descreve o templo de Amor:
No templo
entrei de Amor, e inda gelado.
(Tom. 1.º
pág. 70.)
Fui uma vez de Amor à sacristia,
Que era um quarto interior do Talaveiras,
E vi trinta milhões de alcoviteiras,
Inculcando a safada putaria:
De chischisbéus a tropa ali se
via
Encrespando os anéis das cabeleiras,
E descendo-lhe
o vinho às algibeiras
Davam cada facada, que estrugia:
O manso corno então se vai
embora,
De albarda o chischisbéu vi, que trabalha
Por servir como burro a uma
senhora:
No tecto estava Amor de escudo e
malha.
Com seis vinténs na mão, e a pica
fora
Mijando em toda aquela vil
canalha.
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