Descrição do funeral, que João Xavier de Mato tanto profetiza nas
suas rimas, alinhavado nas cláusulas deste
Que diabo de choro, ou que
lamento
De brejeiros irá por essa rua?
Algum poeta deu a ossada nua,
Que a dar ais vão as Musas cento
a cento:
De quem será o embrulho
virulento,
Que tão pobre caminha à terra
crua,
Envolto numa esteira de tábua.
Sem caldeira, sem cruz, sem um Memento?
Quem será este herói, que já nos
foge
Dos Deuses para aquela
convivência,
Que dos Bragas* excede a
fresca loje?
“Quem será (diz Apolo) oh dura
ausência!
“É João Xavier, que morreu hoje,
“Abraçado com a sua paciência. “
* Armazém de vinhos, que há no Rossio, e de que ele é freguês
0 Comentários