D. Dinis |
21 de Abril de 1322
Provisão de
El-rei D. Dinis, datada de Leiria, obrigando os moradores dos concelhos de
Celorico de Basto, Monte-Longo, Travaços e Freitas, a vir em tempos de guerra
ajudar a defender os muros e castelo desta vila, sob pena dos corpos e dos
haveres, e estranha os mesmos povos a omissão que tiveram em vir fazer tal
serviço no cerco havido ultimamente nesta vila pelo infante. Confirmada por D.
João III a 18 de Janeiro de 1529 e carta passada pela chancelaria a 4 de Junho
de 1530.
Outra provisão do
mesmo D. Dinis em que manda que o relego que os deste concelho haviam em esta
vila, desde 9 dias antes do S. João até Santa Maria de Agosto, que o hajam
daqui em diante desde o primeiro dia de Janeiro até o último dia de Fevereiro,
isto “por serviço que me fizeram e por façanha de lealdade que fizeram por mim
em essa vila esses que ora aí são, como aos que hão-de vir”. Foi confirmada a
26 de Janeiro de 1529 e passada pela chancelaria a 19 de Junho de 1530.
(João Lopes de Faria, Efemérides
Vimaranenses, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento, vol. II, p. 56 v.)
Reza a história que o rei D. Dinis preferia o seu filho Afonso Sanches, havida da sua barregã Aldonça Rodrigues de Talha, com quem tinha grande proximidade e que lhe seguiria os passos como trovador, ao infante Afonso, filho primogénito do seu casamento com a virtuosa Rainha Santa Isabel. O rei nomeara o filho de Ausenda como mordomo da coroa, uma espécie de chefe do governo, e, ao que parece, tencionaria deixar-lhe o reino de Portugal em herança. Movido pelo ciúme e pelo medo de que o trono viesse a ser entregue ao favorito de D. Dinis, na sucessão ao trono, D. Afonso levanta-se em armas contra o pai, dando início a uma guerra civil que começou em 1319 e só terminaria em 1324. Em 1322, depois de tomar Coimbra, os castelos de Montemor e da Feira, vem pôr cerco à vila de Guimarães que, tomando partido por D. Dinis, lhe oferece resistência. Ao que parece, a sua mãe, D. Isabel, terá vindo para o tentar dissuadir dos seus intentos sem sucesso. A resistência dos vimaranenses haveria de vencer o Infante, que acabaria por retirar as suas tropas para ir em defesa de Coimbra, entretanto atacada pelas forças fiéis ao rei.
No pouco tempo
que lhe restaria do seu reinado (morreu em 1325), D. Dinis deu mostras de
gratidão às gentes de Guimarães pela “façanha de lealdade que fizeram por mim
em essa vila”. A 21 de Abril de 1322 assina duas provisões em que concede
privilégios aos de Guimarães e obriga os moradores de Celorico de Basto,
Monte-Longo, Travassos e Freitas a virem ajudar na defesa do castelo e da vila
vimaranense em caso de guerra.
0 Comentários