A abóbora é porqueira, mas o creme é real


Das folhas manuscritas do século XIX com receitas de doçaria de que já aqui falei por duas vezes, aqui fica esta.

Creme real
Em 500 gramas de açúcar em ponto de espadana se misturem 250 gramas de abóbora-porqueira, cozida e passada pelo peneiro, juntem-se-lhe 15 gemas de ovos, um pouquito de canela em pó, bate-se tudo muito bem batido e põe-se ao lume para ferver um pouco e engrossar até ao ponto que se queira; depois, deite-se num prato com canela por cima. Este creme é delicioso, tendo grande semelhança em gosto e aparência com os chamados ovos-moles de Aveiro.

Experimentei. O resultado foi exactamente o que se diz na receita: delicioso e muito semelhante aos ovos-moles das barricas aveirenses. Com a vantagem de levar menos ovos…

[A fotografia que vai acima foi tirada antes da operação de polvilhar o creme com canela.]

Para quem não sabe o que é a abóbora-porqueira, é a mesma a que muitos chamam de abóbora-menina. Para quem, mesmo assim, fica com dúvidas, aqui fica a sua vera efígie:


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