1. A junta tirada do lado: o dono segurando a “soga”
(Cliché do sr. Manuel Leite)
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Em 1913, uma junta de bois de S. Torcato teve direito a notícia e a fotografias na revista, então de grande circulação, Ilustração Portuguesa. O título que encabeçava a página resumo o que se pode ver nas fotos e ler no texto, ambos da responsabilidade de Manuel Leite: “Em Guimarães – Uma soberba junta de bois".
Há um provérbio popular vimaranense que diz que “Os
homens conhecem-se pelas palavras, e os bois pelos cornos”. Fossem as palavras dos
homens tão respeitáveis como são os cornos destes bichos…
Em Guimarães – Uma soberba junta de bois
Como se está
aproximando de nós a Páscoa, por cuja ocasião são sempre abatidos, nos
matadouros públicos, belos exemplares da raça bovina, julgamos prestar um
grande auxílio aos leitores, especialmente aos marchantes que tem por hábito
abater por essa ocasião belos exemplares, reproduzindo nas páginas deste magazine a fotografia duma junta de
bois, que existe perto de Guimarães.
Pertence essa
maravilhosa e extraordinária junta ao abastado proprietário, sr. Inácio
Fernandes Ribeiro, da casa de Albelhe, da freguezia de S. Torcato. Segundo o cálculo
dos grandes entendedores, deve pesar essa junta de bois nada menos de 1400 quilos,
ou sejam aproximadamente 100 arrobas. Segundo a medição que nos foi permitido
fazer a esses animais, verificámos que um deles mede 3m,30 de
espessura no peito e tem de cumprimento desde o focinho à ponta da cauda, 5
m,20 centímetros. Esta maravilhosa junta que o seu proprietário tem
levado às melhores feiras, que durante o ano se realizam, não só na cidade e
concelho de Guimarães como outras limítrofes, onde lhes têm sido sempre conferidos
os melhores prémios, tem merecido a atenção de todos quantos os vêem e assim
quem os quiser admirar, só tem que dirigir-se a casa do seu dono ou então à
feira em Guimarães, onde eles vão ser expostos no dia 1.° de Março, e onde
certamente atrairão as gerais atenções.
Corredoura –
Fevereiro, 1913
Manuel da S.
Leite
Ilustração Portuguesa,
n.º 365, Lisboa, 17 de Fevereiro, de 1913, p. 208
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