15 de Abril de 1642
Faleceu neste dia, sendo
sepultado na igreja de S. Francisco, junto do altar dedicado às Chagas de
Cristo, o antiquário André Afonso Peixoto, natural de Guimarães. Era filho de
Manuel Afonso de Freitas e de D. Isabel Peixoto e descendia dele o falecido conde
de Vila Pouca. Era fidalgo da casa real, capitão de infantaria e herdeiro da
riqueza e nobre geração dos seus passados, diz o sr. Abade de Tagilde,
acrescentando o seguinte: "Paciente investigador das antiguidades,
aplicou-se à investigação minuciosa, difícil e enfadonha das antigas inscrições
em que o nosso país tanto abunda e que coligiu em diversos livros que escreveu,
por sua própria mão, que à data do seu falecimento se achavam prontos para
entrarem no prelo. Algumas destas obras, como afirma Barbosa Machado,
conservam-se nos Conventos de Pombeiro, junto a Felgueiras e da Serra, junto ao
Porto. Onde estarão hoje? É provável que na Biblioteca do Porto, se não foram
para a loja de algum negociante que nelas empacotasse açúcar ou arroz. Grande
antiquário, na frase do Cronista dos Cónegos Regulares, compôs "Memórias
Históricas e Antiguidades de Guimarães" cuja obra não pudemos encontrar e
de não podemos por isso dar ampla notícia. É porém seu título bastante para lhe
assinarmos o lugar de primor escritor dos fastos gloriosos de Guimarães."
(João Lopes de Faria, Efemérides
Vimaranenses, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento, vol. II, p. 40 v.)
André Afonso Peixoto é
normalmente incluído nas listas dos estudiosos das velharias de Guimarães. Exerceu também funções na governação do concelho, nomeadamente como vereador. As obras que, a crer em diversas fontes, escreveu, nunca foram encontradas e é pouco provável que ainda venham a ser descobertas. Ou seja: é apresentado como o primeiro monógrafo vimaranense, mas, infelizmente, não lhe conhecemos nenhuma monografia. Faleceu no dia 15 de Abril
de 1642.
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