LUÍS ANTÓNIO NAVARRO
DE ANDRADE, cidadão brasileiro, natural de Montevideu, nasceu em 25 de Agosto
de 1825, filho do tenente-coronel dr. Sebastião Navarro de Andrade. Pertence a
uma família nobre e distinta, oriunda da Espanha que se estabeleceu em
Portugal, e aqui possuiu o morgado do Toural, em Guimarães.
Jornalista de 1848
até 1868, época em que redigiu diferentes jornais, sendo o primeiro a Sentinella
do throno, fundado em 1848 para combater as ideias revolucionárias. Em 1849
substituiu na redacção do Brazil seu redactor o célebre jornalista dr.
Justiniano Rocha. Em 1851 passou à redacção em chefe do Diário do Rio de
Janeiro, folha diária, a mais antiga do Brasil.
Redigiu e colaborou
depois em grande número de periódicos semanais e diários, escreveu vários
folhetos acerca de assuntos políticos a respeito da guerra do Paraguai.
Fez parte da câmara
municipal da Corte na qualidade de vereador suplente em 1863 quando foram
suspensos e processados pelo governo a maior parte de seus membros, e defendeu
os vereadores processados. Tendo aceitado o cargo de cônsul geral do estado
oriental no reino da Prússia em 1865, aí exerceu essas funções até 1867. Regressando
ao Brasil tomou de novo a redacção do Diário do Rio de Janeiro, onde
prestou importantes serviços até 1868, em que abandonou completamente o
jornalismo.
Depois de prolongada
enfermidade, que o afastou dos trabalhos activos, foi em 1881 nomeado chefe da
repartição do tombamento, fundada na mesma época pela câmara, reorganizou-a
depois, e elevou com zelo e actividade o valor do património municipal, que por
então quase nada produzia.
Tendo apenas vinte e
sete anos quando se achava à frente do Diário do Rio, foi condecorado
por sua majestade fidelíssima com a comenda da ordem de Cristo pelos relevantes
serviços prestados a Portugal advogando a causa do estabelecimento ali dos
caminhos-de-ferro e da navegação de vapor entre o nosso país e o Brasil.
Não conheço nenhum
dos opúsculos acima mencionados, mas sei que publicou mais o
Livro do povo. Rio de Janeiro, na typ. de
Nicolau Lobo Vianna, ou do Diário do Rio de Janeiro, 1856. 8.°— Compreende 27
capítulos e trata da história política dos povos, e da sua organização social e
religiosa. Era destinada às escolas. Devia ter seguimento, porém creio que não
passou do tomo I. Quando menos, não tenho a este respeito nenhuma informação em
contrário.
Relatório
apresentado á ill.ma câmara municipal, em 29 de agosto de 1880, pelo
commissario do tombamento, etc
Rio de Janeiro, na typ. do Cruzeiro, 1880. 4.º de 16 pág. e 1 mapa.
Dicionário Bibliográfico Português, de Inocêncio Francisco da
Silva, continuado e ampliado por Pedro V. de Brito Aranha, Tomo XIII, Imprensa
Nacional, p. 342
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