P. JOAQUIM JOSÉ LEITE, Presbítero
da Congregação da Missão, e Superior no colégio de S. José das Missões em
Macau.— Nasceu em Portugal, ao
que parece na cidade de Coimbra, ou nas suas proximidades, e passando à China na qualidade de Mestre do
Seminário, quando este foi erecto pela rainha D. Maria I, lá passou o resto de
sua longa vida. Foi nomeado superior do colégio em 1808. Foi Membro da
Sociedade Asiática-Britânica, e Cavaleiro da Ordem de N. S. da Conceição de Vila
Viçosa, etc— Morreu com 91 anos a 23 de Junho de 1853. — Dizem que fora dotado
de grandes virtudes e versado nas ciências e artes.
Vej. a Oração
fúnebre que por sua morte recitou no referido colégio a 26 de Junho, dia
seguinte ao do falecimento, o cónego da sé de Macau António José Victor, seu
discípulo. — Impressa em Cantão, na Typ. Armenia 1853. 8.º de 13 pág. (sem o
nome do autor.) — E.
Lustina, ou
Luso-latina, isto é, Gramática portugueza e latina, a que acede Mytologia e
versificação portugueza. Lisboa,
na Typ. de José Baptista Morando 1843. 4.º — Depois das Advertências
preliminares que ocupam até pág. X, segue-se a Gramática (portugueza)
com um Apendis sobre Ortografia, o que tudo finda a pág. 60. Depois vem
com numeração nova de pag. 1 a 56 a Gramática Latina: e finalmente, sob
terceira série, de pág. 1 a 45, a Mytologia, que termina com um tratado
de Versificacão portugueza.— Sem o nome do autor.
É muito para notar o
sistema ortográfico que o P. Leite adoptara, e de que nos deu um espécimen nesta
sua obra. Este sistema funda-se na pronúncia, mas por modo mui diferente de
todos os outros que têm aparecido entre nós, fundamentados sobre a mesma base.
Oferece esquisitices admiráveis, e o autor levou neste ponto a barra adiante de
todos os seus predecessores.
Creio que este livro
é muito raro em Portugal, porque a edição toda foi, segundo julgo, mandada para
Macau. Pelo menos só me lembro de ter visto o exemplar que há tempo adquiri,
por compra que fiz de outros livros, e sei da existência de outro em poder do
sr. abade Castro. Dos seguintes opúsculos me deu notícia o sr. C. J. Caldeira,
que diz possuir exemplares de todos eles; mas apesar da deferência com que se
prestou a mostrarmos, não tive até agora oportunidade para os ver.
Historia Sancta,
etc Lisboa
Cartilha
Macaense. Lisboa,
Imp. Nacional 1850. Duas folhas de impressão.
Compêndio da
doutrina christã. Ibi,
na mesma Imp. 1850. De 7 e um quarto folhas de impressão. É dividido em duas
partes. Parece que em todas estas obras predomina o mesmo sistema de ortografia,
que o autor usara na Lustina.
Dicionário Bibliográfico Português, de Inocêncio Francisco da
Silva, continuado e ampliado por Pedro V. de Brito Aranha, Tomo IV, Imprensa
Nacional, p. 104
P. JOAQUIM JOSÉ
LEITE (v. Dicc, tomo IV, pag. 104).
Nascera em Vila Nova
das Infantes, termo de Guimarães, a 16 de Setembro de 1764. Entrou na congregação
da missão a 27 de outubro de 1781. Foi nomeado superior do colégio de S. José
das Missões em Macau, em 1801, e não em 1808, como saiu. — Morreu a 25 (e não a
23) de Junho de 1853.
Além do que fica
mencionado, tem mais:
Historia sañta
por perguntas e repostas, seguida do resumo da vida de Jesu Cristo, terminado
por um apendis às épocas. 2.ª edição correcta e annotada. Lisboa, na tjp. da viúva Coelho
& C.ª, 1847. 8.º gr. de 22 pág. — Sem o nome do autor.
Cõpendio da sãta
doutrina e exercicio cristão, cõfissão, comunhão, oração mental, Idulgencias, etc. Ibi, na imp. Nacional,
1850. 8.º de 159 pág. —
Sem o nome do autor e conforme a sua ortografia.
Modo de aprender a
ler em poucos dias. ibi,
na mesma imp., 1852. 8.º de 27 pág. — Sem o nome do autor. Inocêncio possuía um
exemplar deste folheto, do qual diz : — “É notável pela ortografia em que é
escrito, em que há até a introdução de letras novas de invenção do padre
Leite! É uma aplicação de princípios estabelecidos na Lustiana. É quae
como a Arte de ler do padre Mena”.
Na lin. 41 da pág.
cit. 104, em vez de : que fiz de outros livros, leia-se: fiz dele com
outros, etc.
Dicionário Bibliográfico Português, de Inocêncio Francisco da
Silva, continuado e ampliado por Pedro V. de Brito Aranha, Tomo XII, Imprensa
Nacional, pp. 84-85
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