Escritores Vimaranenses (3): Alfredo Guimarães



ALFREDO GUIMARÃES. Nasceu em Guimarães, em 7 de Setembro de 1882, tendo-se dedicado no segundo decénio da vida ao comércio. Em 1905 apresentou-se como poeta na Revista Literária Científica e Artística de O Século, publicando quatro sonetos. Revelados os seus méritos poéticos, outro género de literatura mais apreciável lhe estava destinado: — os estudos regionais. O regionalismo, e muito principalmente o Minho, tem merecido a especial atenção de Alfredo Guimarães. “É um regionalista porque considera esse género o único, talvez, capaz de salvar a literatura nacional”.— E.
Palavras. 1908. São trinta sonetos bastante influenciados pela literatura francesa.
Ilusão. Peça regional em 1 acto, representada no Teatro Nacional, em Abril de 1910.
A borda de água. Com gravuras, desenhos de Raul Lino e Luciano Freire. Lisboa, 1912. Acerca deste livro lê-se no Ocidente: “Precioso feixe de telas literárias trabalhado por um poeta À borda de água, escutando o marulhar da vaga. Livrinho de marinhas sugestivas, escrito numa fraseologia regional, com tintas belamente estudadas no realismo da vida dos poveiros. Se pretendesse destacar alguma, não sei qual preferia. Se o quadro da praia na “hora da areia”, com suas crianças envergonhadas e medrosas, que encanta; se aqueles “dois velhos grados, com fisionomia de meninos, acerca de pescas filosofando”, enroupados em suas vestes de saragoça e “arrancando fumo ao cachimbo”, são bem os “pescadores reformados”, e recordam-me uma terracota bronzeada por mão de mestre”; o “garoto e os morcegos vagueantes”, é delicioso de imprevisto e originalidade. Se, enfim, tudo são páginas deleitosas, talvez preferisse a confissão do amor do poeta perante a musa, a Raia, perante o mar... Magistral poema em prosa. Nem a nota forçada do nefelibatismo literário, nem a tristeza melancólica dos vates. Simples telas literárias, enfreixadas a branco, cantando a terra-mater e o mar ignoto. Páginas educadoras de caracteres sãos...”
A edição deste livro está esgotada.
Páscoa florida, comédia rústica representada no Teatro Nacional Almeida Garrett, em 29 de Maio de 1915. Lisboa. A. M. Pereira, editor.
Colaborou; na Alvorada, Primeiro de Janeiro, Revista da Semana, Semana Tirsense, Serões e Ilustração Portuguesa, respectivamente, de Guimarães, Porto, Rio de Janeiro, Santo Tirso e Lisboa, tendo na Ilustração Portuguesa publicado os seguintes artigos:
O colete da mulher do Minho. 1909. — Os jugos. 1909. — As rondas. 1909. — A Ilusão. 1910. — As rendas de Vila do Conde. 1910, N.º 229, de Julho.— A Galiza pitoresca. 1910, N.° 233, de Agosto. — A feira da Aleluia. 1912. N.° 29, de Abril. — Paisagem do Minho. 1912, N.° 11, de Novembro.
  
(Dicionário Bibliográfico Português, de Inocêncio Francisco da Silva, continuado e ampliado por Pedro V. de Brito Aranha, Tomo XXII (15.º suplemento), Imprensa Nacional, Lisboa, 1922, p. 54)
Livro de saudades. 2.ª edição. Lisboa. 1919.
Meiga. Lisboa. H. Antunes & Cª 1921. 
(Idem, p. 517)

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