Notas sobre Guimarães escritas em 1827, no diário de viagem de um inglês:
Em Guimarães visitei o velho palácio dos reis, agora convertido num quartel, e depois explorei o castelo, evidentemente construído pelos romanos nos dias das suas melhores obras, e ainda bem preservado. Prisioneiros por dívidas estão agora confinados dentro de suas paredes, que parecem calculadas para resistirem por muito tempo. Lá vi eu um homem cujo rosto desfigurado estava terrivelmente marcado pela necessidade e pela miséria; quando lhe dei uma moeda, ele prostrou-se diante de mim com profunda humildade, com um tal ar de absoluta auto-humilhação como raramente acontece com um ser humano quando se dirige ao seu irmão. A catedral de Guimarães é antiga, e mais digna de nota pela sua singularidade extrema do que por quaisquer méritos arquitetónicos. As colunas antigas são fortes, rudes e bárbaras, as paredes estão parcialmente revestidas com azulejos; e decorações do gosto mais execrável foram adicionadas nos últimos tempos. Guimarães alberga muitos habitantes ricos, e alguns dos nobres provinciais têm casas na cidade e não são impopulares. As pessoas estão muito ligadas aos conventos, e particularmente aos conventos de freiras, que dispensam assistência aos pobres com grande liberalidade.
Portugal and Galicia, Henry-John-George-Herbert Earl of Carnarvon, Londres, 1848, pp. 183-184
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