O texto do Conde de Hoffmansegg sobre Guimarães, publicado aqui, foi extraído de uma resenha publicada em Londres, em inglês, escrita a partir da tradução francesa da obra dos dois botânicos alemães (Link e Hoffmansegg) que visitaram no final do século XVIII. Aqui fica o texto completo, vertido directamente da edição francesa:
Guimarães, vila e concelho sede de Comarca, é uma das maiores do reino e
está localizada numa planície fértil rodeada por colinas e montanhas pouco
elevadas. Os campos são divididos em partes iguais, por sebes de marmeleiros e
outros arbustos, pontilhados de carvalhos, em volta dos quais se erguem
videiras. A cidade é grande, as casas bem construídas, as ruas largas; ela é
ainda mais limpa do que a maioria das outras cidades de Portugal. Nota-se uma
grande actividade de oficinas e de lojas cheias de mercadorias. Todas as casas
são rebocadas e providas de janelas, uma raridade em cidades pequenas de
Portugal e Espanha; tal coisa não existe nas aldeias. Esta cidade contém
algumas praças regulares; várias estão ornadas com árvores; divide-se em vila velha
e vila nova. A primeira é construída em anfiteatro; aí sobressai um velho
castelo com torres quadradas e rodeado de muralhas; no entanto, algumas das
casas estão construídas fora dos muros. Aqui há uma rica abadia real, com uma
bela igreja que foi reconstruída por D. João I, fundador da Batalha. Uma imagem
milagrosa da Virgem deu não só lugar à fundação da abadia, mas também à de toda
a vila. Há uma descrição detalhada desta igreja e outras curiosidades
Guimarães, nas Délices d’Espagne et de Portugal, por Colmenar.
Voyage en Portugal, fait depuis 1797
jusqu'en 1799, par M. Link et le comte de Hoffmansegg, traduzido do alemão, tomo III,
Paris, 1808, pp. 65-66
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