Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer,
me parece que será salvar esta gente.
Pero Vaz de Caminha, 1 de Maio de 1500
Era uma vez uma
cidade obscura e quase desconhecida. Ficava longe, muito longe da capital do império.
Tão longe que só se dava conta da sua existência quando por lá um catraio desacautelado
punha a mão onde não devia pôr e era atacado pela alergia ao nemátodo do
pinheiro. Em dias assim, mas apenas nesses, até se falava de tal cidade nas
crónicas da nação. Nos dias breves que correm, tem sido diferente. Chegaram os
descobridores, com o espanto de quem olha para coisa antiga com olhos de
novidade. De repente, os aborígenes dessa cidade dão consigo a partilharem a perplexidade
dos índios em tempo de descobrimento. E os novos Peros Vaz de Caminha, maravilhados
com o exotismo e a bizarria das suas descobertas, não páram de mandar cartas
sobre o achamento, onde vão dando conta do assombro que lhes provoca o
avistamento de gente tão singular.
Os nativos, que andam encantados com tanta
atenção, apenas anseiam que não os queiram salvar.
1 Comentários
À vista "mamarracho" no centro da cidade, para ilustrar a CEC?
JOL