Os tempos do Toural

Em meados do século XVII, o Toural tinha uma imagem muito próxima desta (e, em tempos anteriores, não seria muito diferente). Do lado nascente, a muralha. Ao fundo, a Torre de S. Domingos (Porta da Vila). Nas frentes norte e poente, casas alpendradads. Em primeiro plano, o chafariz quinhentista. Do lado oposto, o "Cruzeiro do Fiado".
Ilustração de Alexandre Reis para as Danças de S. Nicolau de 2011.

A partir do início do século XIX, o Toural tinha esta imagem. Continuava a ser um campo aberto, sem árvores, nem jardim. À esquerda, parte da fachada pombalina. Ao fundo, a igreja de S. Sebastião, demolida em finais daquele século e o chafariz, no seu lugar original.

Em finais do século XIX, o Toural ganhou um jardim, cercado com grades. Tinha um coreto (o mesmo que hoje está na Alameda) e fechava à noite.

Em 1911, foram retiradas as grades do jardim. A estátua de D. Afonso Henriques passou a ocupar o centro da placa ajardinada.

Em 1940, a estátua de D. Afonso Henriques foi deslocada para juntodo Castelo. Discutia-se o que colocar no Toural. Uma das hipóteses avançaadas foi a de fazer regressar do Carmo o velho chafariz.

A solução encontrada para ocupar o espaço deixado vago pelo monumento de D. Afonso Henriques seria a de colocar na praça uma nova fonte-monumento. A praça adquiria em 1953 uma configuração muito próxima da que perdurou até à requalificão agora concluída.

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5 Comentários

Nana Anjos disse…
A primeira ilustração deste post, trouxe à memória a praça de Marraquexe, Jeema El-Fna. Cidade e lugar onde se habita num tempo medieval e contemporâneo.
O nosso Toural deve ter nascido assim, às portas de uma cidade que deixava de ser medieval, e que necessitava de se expandir, produzindo este lugar amplo de comércio e encontro, entre quem depois entrava no pequeno espaço do burgo...
Parabéns pelo blogue, que hoje visitei pela primeira vez e que muito me agradou.
Nunca tinha pensado nisso, mas o Toural tem, de facto, algumas similitudes com a praça Jeema El-Fna, embora sem encantadores de serpentes. Foi por ali que cresceu o mercado de Guimarães, quando a velha vila já não tinha mais para crescer.
Anónimo disse…
Tenho dúvidas: esta estátua do D. Afonso Henriques não foi para Lisboa? Ou foi aquela que originalmente esta na actual Alameda de S. Dâmaso?
Esta estátua nãofoi para Lisboa. A que existe no Castelo de S. Jorge é uma cópia da que está juntomao Castelo de Guimarães.
Cecilia disse…
Parabéns pelo Blog! Muito interessante! Tomei conhecimento dele através de uma de suas alunas que me falou muitíssimo bem dele.
Sou arquiteta brasileira e, a imagem que gosto mais era da Praça no final do séc XIX, tão bonita e arborizada!
Qual a origem do nome? Eram realizadas touradas no passado?
Obrigada e mais uma vez parabéns pelo Blog! Estarei a partir de agora acompanhando-o!