Ao entrar no último quartel do século XIX, a morte das festas a S. Nicolau era notícia nos jornais, onde se ia dando conta do vazio e da saudade que a ausência das festas provocava na cidade. No Religião e Pátria de 9 de Dezembro de 1876 escrevia-se o epitáfio das festas dos estudantes:
O alegre, o folgazão, o garrido, o enamorado, o querido das damas, o secular festejo escolástico… morreu! Há anos que estava agonizante, e sempre para o ano futuro se lhe profetizava a morte. Agora, porém, foi certo.
Como deixa saudades aquele folgar de rapazes.
Em 1880, houve um arremedo de festas. No dia 29, passeou as ruas da cidade uma pequena música, que uns estudantes fizeram tocar para simular a espera do pinheiro. Então, nada houve que se assemelhasse às antigas danças.
Em 1881, com a abertura do Colégio das Hortas, voltaram a realizar-se as festas, mas sem o brilho de outrora. Na noite do dia 6, saiu à rua uma cavalhada, que durou até de madrugada, mas, segundo relata o Imparcial, sem que um único concorrente, um só daqueles estroinas filhos de Minerva soltasse um dito picaresco, alegre, digno, análogo, enfim, a tão jovial funzion!. De danças, nem sinal, portanto.
Em 1882, houve festejos escolásticos, que se limitaram ao bando, à entrega das maçãs e ao magusto. Em 1883, não seriam diferentes e, em 1884, não foram melhores. Escrevia-se no Religião e Pátria a propósito da festa dos estudantes de Guimarães a S. Nicolau: todos os anos pretende renascer, ou antes, dar sinal de que não morreu, mas a morte é cruelmente certa.
Nos anos seguintes, não haveria festas. Em 1888, alguns dos seus antigos entusiastas mobilizaram-se para um piquenique na Penha, em romagem de saudade aos velhos tempos.
Em 1892, as festas foram assinaladas pelo curso infantil de ambos os sexos da Sociedade Martins Sarmento, tendo na altura sido cantado o novo hino a S. Nicolau, composto por Domingos Calisto, professor daquele curso.
Em 1893, foi a vez do Colégio de S. Nicolau relembrar um pouco da antiga tradição. Realizaram um animado sarau literário-dramático, entrando em cena as comédias “Os operários em greve”, os “Dois teimosos” e os “Dois estudantes no prego”, que produziram grandes risadas nos espectadores.
Em 1894, os estudantes do Colégio de S. Nicolau voltaram a animar a cidade com os festejos do seu patrono. Todavia, como notava no Vimaranense, tais manifestações, que provocavam saudades, mais não eram do que um pálido reflexo dos festejos escolásticos de outros tempos.
[continua]
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