Imprensa vimaranense (12)

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Entre Fevereiro e finais de Agosto de 1872 publicou-se em Guimarães um jornal com o título  Justiça de Guimarães, que apenas tratou de um assunto: o conflito que então se abriu entre a cidade e o juiz Francisco Henriques de Sousa Seco. Aparecia como responsável Ilídio António Dias, que seria o testa de ferro do grupo de cidadãos que encabeçava a contestação ao famigerado juiz. Seriam seus proprietários os advogados Rodrigo Teixeira de Menezes, José da Cunha Sampaio, Jerónimo Pereira Leite de Magalhães, João Pereira Leite de Magalhães e Couto e Avelino da Silva Guimarães e teve como colaboradores, entre outros, Joaquim Peixoto de Abreu Vieira, José Sampaio, Avelino da Silva Guimarães, Rodrigo Salazar e Francisco Martins Sarmento. Este último foi o financiador e a alma mater desta publicação, que teve distribuição gratuita.

O Justiça de Guimarães, que foi buscar o seu título a um excerto da Arte de Furtar, publicada em meados do séc. XVIII com a indicação do Padre António Vieira como seu autor, terminou o seu curso com a saída de Guimarães do juiz Seco, cujas malfeitorias seriam resumidas por João Lopes de Faria: abusava da lei, entre outras coisas, levando grandes emolumentos, teve conflito com o delegado Adelino Pinto Tavares Ferrão, chegando este a pedir a demissão, desconsiderou e ofendeu o advogado Bento Cardoso, que teve de abster-se de ir ao tribunal, bem como quase todos os mais, suspendeu Avelino da Silva Guimarães, que era o Presidente da Câmara, por ela (Câmara) recorrer contra ele juiz, à conta dos órfãos que tinham 7 anos, conforme a isso ordenava a lei, multou José da Cunha Sampaio, mandou trancar algumas páginas duma promoção inteira, em um processo-crime do ex-delegado Adelino Ferrão, em que era réu o juiz eleito de S. Miguel das Caldas, etc.

Excerto da página 304 da primeira edição Arte de Furtar, atribuída ao Padre António Vieira (Oficina de Martinho Schagen, Amesterdão, 1744), de onde foi retirado o título do jornal Justiça de Guimarães
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