O Jardim do Carmo (3)

O chafariz de Guimarães (ou Cena de Província)
Aqui, a imagem foi rodada horizontalmente
(clicar para ampliar)

A torre que se vê na pintura que representa um trecho do antigo terreiro do Carmo, de que se falou antes, suscita muitas interrogações. Uma explicação possível, mas de que não estou seguro, poderia ser a de que na pintura a paisagem aparecesse representada em espelho, isto é, com o lado esquerdo a mostrar o que existe, na realidade, do lado esquerdo. Aí, a torre já apareceria no sítio certo, e seria, sem dúvida, parte do Paço dos Duques. Hipótese que se mostra na imagem que vai acima. A explorar.

Este processo de representação invertida, a confirmar-se, não seria virgem entre nós. Já aqui vimos uma situação semelhante, numa gravura que representa o Padrão da Oliveira.



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6 Comentários

Alex disse…
Na gravura é frequente encontrarem-se reproduções invertidas devido a serem cópias de pinturas ou gravuras de outros autores. O gravador copiava a imagem para a chapa e a sua impressão resultaria na imagem invertida. Não creio que na pintura essa situação fosse tão frequente.
Rui Silva disse…
Parece-me de facto uma inversão. Se repararmos nas figuras da pintura, os gestos passam a ser feitos pelos braços direitos, o que parece mais realista (o miúdo a apontar, a mulher na água, o homem a segurar o chapéu)
Alexandre,

Eu não acredito que o artista tenha pintado em espelho. Mais depressa pensaria que a fotografia é que pode estar invertida. Não seria a primeira. Como não conheço (nunca vi) o quadro original, coloco essa possibilidade, que pode ser facilmente desmentida.

Rui,

Bem observado!
Torcato Ribeiro disse…
Meus amigos, pedindo desculpas pela intromissão, uma pequena questão:
Partindo do principio que a imagem está invertida, porque não se vê o alçado da igreja do Carmo ao fundo?
Cumprimentos
Torcato Ribeiro disse…
Já agora aproveito para apresentar a minha teoria.
Sempre que olhei para esta gravura "vi" e interpretei o enfiamento da rua da Infesta pelo seu lado direito um pouco acima da igreja do Carmo. Esta teoria "apanha" o paço dos Duques de Bragança naquele sítio.
Reparar na ligeira curva que tem o edifício colado ao tanque.O edifício que se vê ao fundo, seria o actual restaurante, do outro lado da rua.
Se a tese apresentada em baixo pelo Miguel Bastos sobre a localização da fonte, estiver bem sustentada,só nos resta pensar que estamos perante um pormenor de imaginação do artista.
Não seria a primeira vez...
A hipótese da inversão, bem vista pelo Rui Silva, anula a teoria do Miguel Bastos e a minha.
Cumprimentos
Torcato,

Todas as hipóteses são bem imaginadas, mas acho que vamos ter que ficar pela imaginação. Hoje estive no arquivo a ver com atenção a planta de 1863-67, e afastei todas as dúvidas: a leitura do Miguel Bastos está correcta. A tal torre é tão bem imaginada como as nossas hipóteses. Fruto da imaginação, portanto.