Em 1935, o campeonato distrital foi ganho pelo Sporting de Braga, o qual, no dia 10 de Novembro, derrotou o Vitória, no campo dos Peões, por concludente 5-0.
Na sua edição de 9 de Dezembro, o Notícias de Guimarães dava a notícia do termo da competição (contra as previsões, na última jornada o Vitória empatara com o Sporting de Fafe, entregando o título ao Braga, evitando-se a realização de um jogo de desempate):
Final do campeonato distrital
Com o desafio ontem realizado, terminou o campeonato de futebol do distrito. O Sporting de Braga conquistou, mais uma vez, o título máximo e o Vitória o segundo lugar. Felicitamos os dois grupos pelos lugares alcançados.
Contra toda a expectativa não foi necessário novo jogo entre o Vitória e o Sporting, pelo empate conseguido em Fafe pelo grupo vimaranense. Perdeu-se assim uma oportunidade excelente, para ajuizar do valor competente das duas equipes, que em campo neutro, fora dos ambientes normais de cada meio, longe de gramofones, foguetões, piadas, insultos, etc., dariam todo o rendimento possível, dentro do valor e classe de cada um. Foi pena!
Sobre o empate de Fafe, grossa celeuma se levantou no meio desportivo da cidade. A alguns jogadores foi assacada a causa do resultado. Do inquérito feito, foi severamente admoestado um jogador, que esquecido das circunstâncias que a situação de profissional acarreta, se desobrigou do cumprimento dos seus deveres, como assalariado, pois não levara uma vida que salvaguardasse conveniente o seu organismo — elemento natural do seu ofício — não dando assim convenientemente cabal rendimento.
Como o profissionalismo é estúpido!...
Mas os adeptos do Braga não perderiam a oportunidade para um gesto de sarcasmo para com os vencidos, inaugurando uma tradição de "cerimónia do adeus", recorrente no deve e haver da história da rivalidade. Segundo João Lopes de Faria, no dia 10 daquele Dezembro, "os de Braga mandaram ao grupo de cá um caixão de defunto com um mono dentro".
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