O Toural, numa fotomontagem da década de 1940. Ao fundo, o edifício dos Paços do Concelho, projectado pelo Arq.º Marques da Silva, que começou a ser construído noutro local (Mumadona). Foto publicada no livro "Em Granito", edição da Fundação Marques da Silva com o apoio da Sociedade Martins Sarmento.
© Foto Beleza
© Foto Beleza
E eis senão quando, num tempo em que já o julgávamos consensual e definitivamente enterrado, o mal-afortunado parque de estacionamento do Toural voltou a ser tema de conversa, como se fosse uma necessidade imperiosa para o conforto das gentes e a sobrevivência do comércio de Guimarães.
Dizem que faltam parques de estacionamento no centro da cidade. Ora, o que mais há por aí são parques. No centro da cidade e às moscas, por falta de utilizadores. E note-se que um deles (o da Mumadona) está tão encostado ao Centro Histórico como estaria um parque no Toural.
Diz-se que quase metade dos vimaranenses terá respondido a uma sondagem afirmando que queria o parque subterrâneo no Toural. Quem sou eu para duvidar. Mas estou certo de que, se tivessem perguntado aos inquiridos se achavam que as árvores se deveriam manter no Toural, seriam ainda mais as respostas afirmativas. Tudo vai do que e do como se pergunta, além da informação que se lhe acrescenta ou não.
A questão é que o parque de estacionamento no Toural, junto com o túnel que fazia parte do projecto que nos foi apresentado, implicava a abertura de uma ferida profunda no coração da sala de visitas da nossa cidade, que dificilmente seria sarada. Ganhávamos um subterrâneo, mas perdíamos a superfície, porque ficaríamos com o lado poente da praça separado do lado nascente pelo muro de protecção à rampa de acesso ao túnel, que atravessaria quase todo o Toural no sentido longitudinal. Esse seria o muro da nossa vergonha.
Felizmente, o projecto do túnel teve o mesmo destino do edifício que, pelos vistos, se ensaiou para o lado Norte do Toural e que a imagem que encima este texto documenta.
1 Comentários