Guimarães, 7 de Junho de 2010
Há cerca de um mês, talvez um pouco mais, um par de gaivotas tomou o espelho de água situado em frente à Escola Francisco de Holanda como lugar de poiso e de mergulho. Diz quem sabe que apareceram ali na sequência de uma das tempestades desabridas que nos assolaram durante o mês de Abril.
Em Guimarães não é comum o avistamento destas aves marinhas, o que não significa que o seu aparecimento seja novidade. Já nos inquéritos paroquiais de 1842 (in Revista de Guimarães, n.º 108), na resposta à primeira parte da questão n.º 7 (Zoografia ou nomenclatura dos animais quadrúpedes, aves, répteis, peixes, insectos, vermes), aparece a referência à presença de gaivotas em duas freguesias. Em Gonça, surgem na listagem das aves de arribação “a rola, a codorniz, a galinhola, o tordo, tordeia, tornilho, poupa, cuco, andorinha, pêga, corvo, gaivota, e alguns Invernos a águia”.
Em Fareja, freguesia que hoje pertence ao concelho de Fafe, o pároco dividiu as aves bravias entre indígenas e de arribação, identificando: “na classe das segundas, galinhola, rola, pombo-troca, papa-figos, tordo, narceja, torninho, sombria, taralhão, gaivota, ganso bravo. Estas últimas duas só procuram as margens de rios, ribeiros e lameiras, sem dúvida porque só nelas encontram comodidades e sustento próprio”.
0 Comentários