A servidão de Cunha e Ruilhe (6)


A antiga Casa da Câmara de Guimarães 

[Continua daqui]
 


A servidão da vassoura a que estavam obrigados os moradores de Cunha e de Ruilhe é um facto histórico, demonstrado por diversos documentos, como por exemplo o Tombo de 1735, no qual são descritos os bens pertencentes ao Senado da Câmara de Guimarães. Entre eles, estavam os barretes e as faixas com que eram investidos os varredores que vinham cumprir a penitência:

 
Barretes de Cunha e Ruilhe — Tem mais o Senado que se guarda na casa dele três barretes de rabo comprido feitos à mourisca e três faixas tudo de baeta vermelha com que os moradores das duas freguesias de S. Miguel de Cunha e de São Paio de Ruilhe cada uns no seu giro se preparam e compõem quando vêm varrer a praça e terreiro de Nossa Senhora da Oliveira e açougues desta vila nas festas da Câmara cuja varredura fazem nos próprios dias das mesmas festas pela manhã com um pé descalço e o outro calçado e a espada metida na faixa que cada um ata pela sua cinta às avessas pela parte esquerda e o barrete metido na cabeça com o rabo estendido pelas costas abaixo, e nesta forma é que varrem.

 
[Tombo de 1735, publicado por Alberto Vieira Braga in Administração Seiscentista do Município Vimaranense, Guimarães, 1953, pág. 300]

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