De regresso, depois de umas semanas por fora, proponho-me partilhar aqui algumas reflexões pessoais sobre os desafios para 2012, que temos pela frente.
É possível que ainda não nos tenhamos dado conta, mas Guimarães vai ser Capital Europeia da Cultura já ali, ao virar da esquina, em 2012. Será o maior e mais exaltante de todos os desafios que Guimarães tem enfrentado em toda a sua história, que não é pequena. Um desafio que, há alguns anos, nem nos sonhos dos mais fantasistas se poderia conceber como possível. Um grande desafio, alguns disseram que demasiado grande, para uma cidade com a dimensão se Guimarães. Estará à altura de lhe corresponder? Mal andaríamos se não acreditássemos que sim, mas temos que ter consciência de que, para que tal aconteça, a cidade terá pela frente os seus doze trabalhos de Hércules.
O anúncio de que Guimarães seria Capital Europeia da Cultura, já lá vão quase três anos, foi, a todos os títulos, inesperado e surpreendente. Um dia, há-de escrever-se a história deste processo. O segredo estava tão bem guardado que, naquele já distante 7 de Outubro de 2006, não haveria em Guimarães mais do que um par de pessoas que sabiam o que se ia anunciar. Guimarães não estava munida de um projecto de Capital Europeia da Cultura, mas tinha em carteira algumas ideias que repousavam, aguardando por dias melhores (o projecto CampUrbis, um Centro de Arte Contemporânea associado ao nome de José de Guimarães, a Casa da Memória). Não tinha, nem podia ter, um programa para Capital Europeia da Cultura. Era expectável que de imediato fosse desencadeado o processo de construção do projecto de Guimarães para 2012, criando-se grupos de trabalho, desenvolvendo-se rotinas, estimulando-se públicos. A Capital Europeia da Cultura deveria começar a acontecer logo ali. É verdade que se criou um grupo de missão e que o ano de 2007 foi, em parte, preenchido pelo trabalho de auscultação de entidades, personalidades e sensibilidades, em busca de uma ideia para a CEC. Criou-se, então, a ideia de que os trabalhos para a Capital Europeia da Cultura estavam a entrar em velocidade de cruzeiro e que avançariam decididamente no ano de 2008. Não foi bem isso que sucedeu, mas deram-se alguns passos importantes, com destaque para a apresentação dos cinco projectos de intervenção urbana que tinham 2012 como horizonte.
Entretanto, a crise económica e a mudança da equipa do Ministério da Cultura caíram em cima do processo e prejudicaram-no seriamente. Deu-se também a saída de cena do vereador que era a cara dos cinco projectos, que, por força das circunstâncias, caíram, em larga medida, num limbo de indefinição.
O CampUrbis, está no terreno; a Feira Semanal vai avançar; o projecto de intervenção no Toural e nas áreas adjacentes da Alameda e da Rua de Santo António foi abandonado, tendo sido substituído por um outro, mais consensual, que vai irá avançar em meados de 2010; a ideia de instalação da Plataforma das Artes em espaço adjacente ao CCVF e ao CampUrbis, envolvendo a recuperação do Teatro Jordão, parece que se perdeu em definitivo, porque os seus custos não puderam ser acomodados no orçamento disponível, com o que Guimarães ficou a perder (podendo ganhar uma chaga de degradação urbana, como consequência da surpreendente falência da empresa de frigoríficos que estava instalada naquele espaço). No meio destas indefinições, ainda não é claro o que irá ser feito com o que se projectava para o Mercado Velho.
O factor tempo vai ser determinante para o sucesso da CEC. É preciso tempo para os projectos, para a construção de obra física, para a criação de conteúdos, para o envolvimento da cidade e dos cidadãos. E o tempo urge.
É possível que ainda não nos tenhamos dado conta, mas Guimarães vai ser Capital Europeia da Cultura já ali, ao virar da esquina, em 2012. Será o maior e mais exaltante de todos os desafios que Guimarães tem enfrentado em toda a sua história, que não é pequena. Um desafio que, há alguns anos, nem nos sonhos dos mais fantasistas se poderia conceber como possível. Um grande desafio, alguns disseram que demasiado grande, para uma cidade com a dimensão se Guimarães. Estará à altura de lhe corresponder? Mal andaríamos se não acreditássemos que sim, mas temos que ter consciência de que, para que tal aconteça, a cidade terá pela frente os seus doze trabalhos de Hércules.
O anúncio de que Guimarães seria Capital Europeia da Cultura, já lá vão quase três anos, foi, a todos os títulos, inesperado e surpreendente. Um dia, há-de escrever-se a história deste processo. O segredo estava tão bem guardado que, naquele já distante 7 de Outubro de 2006, não haveria em Guimarães mais do que um par de pessoas que sabiam o que se ia anunciar. Guimarães não estava munida de um projecto de Capital Europeia da Cultura, mas tinha em carteira algumas ideias que repousavam, aguardando por dias melhores (o projecto CampUrbis, um Centro de Arte Contemporânea associado ao nome de José de Guimarães, a Casa da Memória). Não tinha, nem podia ter, um programa para Capital Europeia da Cultura. Era expectável que de imediato fosse desencadeado o processo de construção do projecto de Guimarães para 2012, criando-se grupos de trabalho, desenvolvendo-se rotinas, estimulando-se públicos. A Capital Europeia da Cultura deveria começar a acontecer logo ali. É verdade que se criou um grupo de missão e que o ano de 2007 foi, em parte, preenchido pelo trabalho de auscultação de entidades, personalidades e sensibilidades, em busca de uma ideia para a CEC. Criou-se, então, a ideia de que os trabalhos para a Capital Europeia da Cultura estavam a entrar em velocidade de cruzeiro e que avançariam decididamente no ano de 2008. Não foi bem isso que sucedeu, mas deram-se alguns passos importantes, com destaque para a apresentação dos cinco projectos de intervenção urbana que tinham 2012 como horizonte.
Entretanto, a crise económica e a mudança da equipa do Ministério da Cultura caíram em cima do processo e prejudicaram-no seriamente. Deu-se também a saída de cena do vereador que era a cara dos cinco projectos, que, por força das circunstâncias, caíram, em larga medida, num limbo de indefinição.
O CampUrbis, está no terreno; a Feira Semanal vai avançar; o projecto de intervenção no Toural e nas áreas adjacentes da Alameda e da Rua de Santo António foi abandonado, tendo sido substituído por um outro, mais consensual, que vai irá avançar em meados de 2010; a ideia de instalação da Plataforma das Artes em espaço adjacente ao CCVF e ao CampUrbis, envolvendo a recuperação do Teatro Jordão, parece que se perdeu em definitivo, porque os seus custos não puderam ser acomodados no orçamento disponível, com o que Guimarães ficou a perder (podendo ganhar uma chaga de degradação urbana, como consequência da surpreendente falência da empresa de frigoríficos que estava instalada naquele espaço). No meio destas indefinições, ainda não é claro o que irá ser feito com o que se projectava para o Mercado Velho.
O factor tempo vai ser determinante para o sucesso da CEC. É preciso tempo para os projectos, para a construção de obra física, para a criação de conteúdos, para o envolvimento da cidade e dos cidadãos. E o tempo urge.
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