Inauguração do monumento a D. Afonso Henriques
Ouvimos dizer que talvez já se não faça, no dia 6 do próximo Dezembro, o lançamento da primeira pedra deste monumento, porque, apesar de estar já escolhido pela Câmara o local para ele, há ainda quem sustente que, no caso notabilíssimo da remoção da igreja de S. Sebastião, o local não deve ser esse, mas outro, e porque é de recear que a estação chuvosa não deixe dar ao acto o lustre e luzimento que ele está pedindo.
Conquanto seja nossa opinião que não procede a razão dada a respeito da escolha do local, pelos fundamentos que apresentamos em um dos nossos números passados, não somos todavia tão intransigentes que não concordemos em que é de justiça pesar bem todas as razões pró e contra, e dar, em certo modo, uma satisfação à opinião que desaprova a erecção do monumento no centro da actual praça regularizada do Campo de S. Francisco, ou à outra, se esta for a atendida, como não é de esperar. A segunda razão do adiamento é que nos parece ter todo e cabimento. A inauguração dum monumento ao fundador da monarquia, e de mais a maia no seu sétimo centenário, não é coisa que possa fazer-se condignamente nos pequeníssimos, e quase sempre desabridamente chuvosos e frios dias de Dezembro. Não seria decoroso que a terra, que se orgulha de ser a pátria desse famoso herói, fizesse mesquinhamente essa inauguração, e não lhe seria a ela, como a ninguém, agradável, que o mau tempo viesse, fatalmente, prejudicar o luzimento das suas festas, se para elas ela se preparasse.
Não sabendo pois, o que há de verdade na notícia de que nos fazemos chegar, somos todavia obrigados a confessar que achamos justos os motivos do adiamento, e que com ele haveria tudo a lucrar e nada a perder.
Conquanto seja nossa opinião que não procede a razão dada a respeito da escolha do local, pelos fundamentos que apresentamos em um dos nossos números passados, não somos todavia tão intransigentes que não concordemos em que é de justiça pesar bem todas as razões pró e contra, e dar, em certo modo, uma satisfação à opinião que desaprova a erecção do monumento no centro da actual praça regularizada do Campo de S. Francisco, ou à outra, se esta for a atendida, como não é de esperar. A segunda razão do adiamento é que nos parece ter todo e cabimento. A inauguração dum monumento ao fundador da monarquia, e de mais a maia no seu sétimo centenário, não é coisa que possa fazer-se condignamente nos pequeníssimos, e quase sempre desabridamente chuvosos e frios dias de Dezembro. Não seria decoroso que a terra, que se orgulha de ser a pátria desse famoso herói, fizesse mesquinhamente essa inauguração, e não lhe seria a ela, como a ninguém, agradável, que o mau tempo viesse, fatalmente, prejudicar o luzimento das suas festas, se para elas ela se preparasse.
Não sabendo pois, o que há de verdade na notícia de que nos fazemos chegar, somos todavia obrigados a confessar que achamos justos os motivos do adiamento, e que com ele haveria tudo a lucrar e nada a perder.
Religião e Pátria, n.º 41, 38.ª série, 18 de Novembro de 1885
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