Filho de Paulo de Freitas, foi, depois de fr. Martinho da Apresentação, o segundo filho ilustre de Guimarães, que assumiu as honras quase episcopais do generalato beneditino. Chamado no século Miguel da Silva recebeu a cógula no mosteiro de S. Tirso com o nome de fr. Dâmaso de S. Miguel a 11 de Fevereiro de 1610.
Depois de trinta e um anos de valiosos serviços prestados à sua congregação, sempre com provada capacidade, foi na junta de Maio de 1641 eleito provincial da província de S. Bento no Brasil. O seu zelo o actividade no desempenho deste encargo fizeram surgir-lhe atritos e tribulações domésticas, que removeu o dissipou enérgico e justiceiro, com o auxílio do governador da Baia.
Regressou daqui ao mosteiro de Rendufe, neste reino, e passando daqui ao de Travanca exerceu nele o cargo de procurador do Tombo e mais tarde de D. abade em 1653.
Sempre notável pela sua inteligência e indefessa actividade ocupou ainda os lugares em 1656, de procurador-geral na corte em Lisboa; em 1659 D. abade do mosteiro de S. Bento da Vitória no Porto; em 1662 visitador-mor da Ordem; em 1665 D. abade do mosteiro de S. Tirso, onde, ampliando muito notavelmente as obras do mesmo mosteiro, teve o honra de hospedar" nele muito galhardamente e conde de Alvor, o conde da Torre e o marquês de Távora que em Lisboa e com muito reconhecimento apresentou o nosso patrício a el-rei D. Filipe II, quando fr. Dâmaso chegou à corte como Geral da Ordem, cargo que assumira nos fins de 1668.
Concluído que fora com sumo aplauso o seu governo monacal como D. abade geral da Ordem, recolheu-se ao seu predilecto mosteiro de Santo Tirso, onde o acolheu a morte a 29 de Abril de 1672.
[João Gomes de Oliveira Guimarães, in O Espectador, n.º 26, Guimarães, 24 de Abril de 1884]
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