Cidade Super Bock.

Trecho da Avenida D. Afonso Henriques, Guimarães, às 11 horas da manhã do dia 17 de Novembro de 2017.
Nos últimos tempos, por força das sucessivas notícias de títulos, prémios, medalhas e distinções que a cidade tem recebido, tenho lido e ouvido associações de Guimarães à Super Bock, a cerveja que já não tem gargalo para tantas medalhas. A fotografia que acompanha este texto trouxe-me à memória essa associação, embora aqui ela seja menos simbólica e mais literal. A fotografia tirei-a agora mesmo, mas podia ter sido tirada ontem ou no dia anterior. Retrata um pequeno trecho da avenida Afonso Henriques e o que mostra pode ser visto por qualquer um, incluindo os muitos visitantes e turistas que descem dos hotéis ou da estação do caminho-de-ferro em direcção ao relicário onde se guarda o Centro Histórico, Património Mundial.
Já várias vezes, por diferentes vias, chamei a atenção para a falta de zelo na limpeza de ruas que ficam fora da redoma que protege o Centro Histórico. Outros têm feito o mesmo. Até porque várias dessas chamadas de atenção foram feitas de viva voz a quem tem responsabilidade nesta área, sei que chegaram ao conhecimento de quem as deveria conhecer. Infelizmente, tenho a registar que não produziram qualquer efeito.
Noto que nesta rua, todas as madrugadas, em hora incerta, se fazem escutar os famigerados sopradores, dos quais muito me tenho queixado, tendo mesmo formalizado uma queixa, que ficou registada na Polícia Municipal, da qual, passados dois anos, continuo à espera de resposta. Acordaram-me esta madrugada e nas madrugadas anteriores. A eficácia da limpeza que realizam é a que está patente na fotografia. Tanto barulho para nada.

(E não me venham dizer que não há outra maneira de limpar esta rua, 
onde há muito tempo que não passa a vassoura que, agora mesmo, varria a rua da Liberdade.)
Na campanha eleitoral, o presidente-candidato, agora reeleito, fez demonstrações solenes do seu comprometimento com as questões ambientais e apelou ao envolvimento dos cidadãos na construção de um futuro mais verde. Disse:
Desejo muito que cada vimaranense seja em Ecocidadão. Cidadãos de pleno direito, participativos, interventivos, críticos e com uma forte sensibilidade ambiental. Um defensor do ambiente é um defensor da sua terra, da sua identidade e da sua história.

Já vai sendo tempo de demonstrar que esse comprometimento é consequente e não apenas uma expressão da vã retórica tão frequente em tempo de caçar votos.

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