O Domingos é de Pinheiro,
o André de Pevidém, o José Manuel nasceu em S. Sebastião e o Wladimir veio de
muito mais longe. São candidatos à presidência da Câmara Municipal de Guimarães,
por diferentes forças políticas. Tenho divergências políticas em relação a todos
eles, em diferentes graus, consoante os assuntos. Mas posso dizer, sem receio
de desmentido dos próprios, que, não obstante o que nos separa, todos são meus
amigos, de diferentes maneiras. No meio do muito que os separa há algo de
primordial que os une: são todos vimaranenses. Cada um deles é um dos nossos. Era
bom que isto não fosse esquecido, nestes tempos de combate político.
Defendo que o debate
político deve ser intenso e sem falinhas mansas. Mas deve mover-se,
permanentemente, no terreno da discussão das ideias, dos projectos e dos actos
políticos, mas nunca das pessoas.
É certo que, nos tempos
que correm, como noutros, nem tudo é bonito no combate eleitoral. Em parte, já se faz nas chamadas redes sociais, que é território muitas vezes mal frequentado e
pouco recomendável, povoado de jagunços e de perfis falsos ou ocultos que
desempenham a missão de fazer o trabalho sujo a que outros se escusam a meter as
mãos. Quanto a isto, há pouco a fazer. No entanto, os que têm responsabilidades
políticas têm a obrigação de tentar fazer alguma coisa pela elevação da
discussão política, dando o exemplo e abstendo-se de alimentar jogos rasteiros
de baixa política, que são especialmente perniciosos no quadro local de um meio
pequeno, em que todos somos vizinhos uns dos outros, como é o caso de Guimarães.
A política não é o vale-tudo.
Não concebo a discussão
política sem paixão, vigor e frontalidade, mas sem romper com o
compromisso com a ética, a civilidade e o respeito pelos adversários.
Vem isto a propósito de
um post na página pessoal do Facebook de alguém que me habituei a respeitar e
que é conhecido como próximo do atual presidente da Câmara Municipal de
Guimarães, de quem se diz ser um dos conselheiros que mais escuta. Esse post é
um ataque de uma violência inaudita a um dos candidatos à Câmara Municipal de
Guimarães, que não nomeia, mas que qualquer um percebe logo ser dirigido a André Coelho Lima. É um ataque especialmente gratuito, injustificado e sem fundamento,
porque visa a pessoa, a sua origem familiar, o seu percurso profissional, o seu
carácter. Um ataque, tecido de afirmações e insinuações, que não honra quem o profere.
Uma catilinária manifestamente ofensiva que, mais do que desrespeitar aquele a
quem se dirige, desrespeita o que a profere e aquele a quem apoia.
É público que não apoio a
candidatura de André Coelho Lima e que tenho combatido frontalmente, e continuarei
a combater, alguns dos projectos que tem para Guimarães. Não partilho os
fundamentos da sua ideia de cidade. Não lhe darei o meu voto, mas isso não me
impede de lhe dar a minha solidariedade pessoal, depois da agressão desbragada
e injusta de que foi alvo.
O que melhor se ajusta à
situação que aqui me trouxe já foi escrito por José João Torrinha, no discurso
clarividente que proferiu na cerimónia comemorativa do 25 de Abril deste ano,
cuja leitura, na íntegra, recomendo aos que, de vez em quando, não resistem ao deslisar do
pé para a chinela:
O ataque pessoal, ad hominem, desde sempre que foi um cancro de qualquer disputa política, mas atualmente quase que parece que falham outros argumentos que não esses quando se quer ganhar eleições.
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