Ruas antigas: rua de Soalhães

Recorte da planta do Engeheiro Almeida Ribeiro, com a rua de Soalhães destacada a cor-de-rosa. O edifício que aparece no canto inferior direito, é a igreja dos Santos Passos do Campo da Feira. Fonte: AMAP.

A rua de Soalhães é uma rua tão antiga que... já não existe. A origem do seu nome não é muito clara, mas parece apontar para a ideia de que seria uma congosta soalheira. 
Não era bem uma rua. Em rigor, não passava de uma simples viela que passava por trás do convento de S. Francisco e que, seguindo o seu curso “por entre hortas”, ia acabar na rua da Ramada, permitindo a circulação entre o largo das Carvalhas e o Campo da Feira. Esta viela era, no tempo em que o Padre Torcato Peixoto de Azevedo escreveu as suas Memórias Ressuscitadas da Antiga Guimarães, conhecida como a rua de Soalhães. O urbanista Almeida Ribeiro, que classificou a viela de Soalhães como “uma péssima comunicação entre as Carvalhas de S. Francisco e o Campo da Feira”, distinguiu, nas plantas que desenhou, a viela de Soalhães da rua de Soalhães, dando traçados distintos a ambas as vias. A segunda, mias curta, começava junto ao convento de S. Francisco e desembocava no Campo da Feira. Desta rua, que antigamente se chamava dos Terceiros e agora responde pelo nome do Padre Gaspar Roriz, falaremos um dia destes.
A viela de Soalhães terminava num portelo, situado nas imediações da ponte do Campo da Feira, como se percebe pelo contrato que foi assinado em 14 de Abril de 1652, entre o provedor da comarca de Guimarães, João Álvares de Carvalho, e os mestres pedreiros Pedro Lopes, morador no Guardal, e António de Castro, de S. Martinho de Sande, para a construção de uma nova ponte, em que se obrigavam a fazer uma escada para o “portelo das hortas de Soalhães”.
A viela de Soalhães deixou de existir em meados da década de 1930. Jaz sepultada debaixo da Fábrica da Ramada, de António Martins Ribeiro da Silva, onde agora funciona o Instituto de Design de Guimarães.

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