A rua de Camões é a artéria descendente que sai do Toural pelo lado do vendaval (Sul). Tem essa designação desde o 10
de Junho de 1880, data em que se assinalou o terceiro centenário da morte do
poeta. Antes, chamava-se rua Nova das Oliveiras. Nas suas fachadas, destacam-se
as belas varandas e portadas em madeira trabalhada e pintada. Terminava junto à
rua Travessadas Oliveiras, hoje Dr. Bento Cardoso, que também se chamou rua de
S. Sebastião ou rua de Santa Rosa do Lima, mas a que a gente teima em continuar
a chamar de rua das domínicas (pronunciando dominícas).
No ponto onde essas ruas se encontravam havia um cruzeiro, que está
representado na planta de Guimarães do século XVI e descrito pelo padre Torcato
Peixoto de Azevedo em finais do século seguinte, nas suas Memórias Ressuscitadas da Antiga Guimarães
(“um cruzeiro de pedra, de vinte e cinco palmos, com a cruz floreteada, e sobre degraus de pedra”). Do destino que terá
levado tal cruzeiro, nada sabemos.
A seguir ao local onde antes estava cruzeiro, a rua inclina para Sul e passa a chamar-se rua da Liberdade, nome com que foi baptizada pela Primeira República a antiga rua da Alegria (que se estendia, atravessando a rua da Madroa, até à Cruz de Pedra). Antes disso, desde a Idade Média, chamava-se de rua das Molianas (topónimo de origem obscura, apenas se sabendo que moliana significa descompostura ou repreensão). Terminava na ponte de pedra da Madroa, que atravessava o rio de Couros e marcava um dos pontos de saída da cidade.
A seguir ao local onde antes estava cruzeiro, a rua inclina para Sul e passa a chamar-se rua da Liberdade, nome com que foi baptizada pela Primeira República a antiga rua da Alegria (que se estendia, atravessando a rua da Madroa, até à Cruz de Pedra). Antes disso, desde a Idade Média, chamava-se de rua das Molianas (topónimo de origem obscura, apenas se sabendo que moliana significa descompostura ou repreensão). Terminava na ponte de pedra da Madroa, que atravessava o rio de Couros e marcava um dos pontos de saída da cidade.
Na Madroa havia um tanque e uma poça, que,
ainda em meados do século XX, tirava o sossego aos pais das crianças que por lá
brincavam. Também desconhecemos a origem do nome daquele lugar que, em língua
galega, significa algo como mulher estéril ou matriarca.
Sobre estas ruas, escreveu o Padre Torcato Peixoto de Azevedo:
É esta Praça do Toural um tronco de que
procedem muitas ruas do arrabalde desta vila. Junto do chafariz para a parte do
vendaval corre a rua das Lajes, que junta com a rua de Trás-os-Oleiros, ambas
embocam na rua Nova das Oliveiras, a qual vai parar em um cruzeiro de pedra, de
vinte e cinco palmos, com a cruz floreteada, e sobre degraus de pedra,
e dali para norte parte a rua Travessa, a qual divide a rua de S. Domingos da dos Gatos, que ambas vão para poente.
Do cruzeiro, em que para a rua Nova das
Oliveiras, dá princípio a rua das Molianas para a parte do vendaval, e vai parar
no rocio da Madroa, que é o mesmo regato que desce do Campo da Feira, que mudou
o nome em rua dos Couros, o qual conserva até este lugar em que se chama rio da
Madroa, em que tem uma ponte de pedra, continuando esta rua para o vendaval, se
encontra com a rua da Cruz de Pedra, e por aqui sai o caminho para a cidade do
Porto.
Padre Torcato
Peixoto de Azevedo, Memórias Ressuscitadas da Antiga Guimarães, manuscrito de
1692, edição de 1845, Cap. 89, pág. 322-323.
1 Comentários
In " o bobo " A Herculano
Obrigado pelo resto da informação