Ao Doutor João Dias Talaia, requerendo o hábito de Cristo pelos
serviços do curro da Estrela.
Sonhou Talaia, herói das
fantasias,
Que um grande alarve num país
remoto
(Talvez fosse o seu preto, que é maroto,
Costumado a fazer patifarias):
Sonhou que o tal, desfeito em
cortesias,
Com um painel entre mãos já velho
e roto,
“Este que vês (lhe diz) feio, o
canhoto
É teu mestre Quixote: — Ouves,
Jan-Dias?
“Ele atesta, que tu és bom
soldado;
Que em Mazagão já foste
prisioneiro,
E na praça da Estrela
escalavrado.”
Talaia acorda em ar de cavaleiro;
E às portas do Hospital dizem que armado
Fora ali numa loja de albardeiro.
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