Gárgula da Sé de Braga, um cu virado para Espanha (fotografia tirada daqui) |
3 de Maio de 1213
Bula do Papa Inocêncio III, em
Latrão, aos Priores dos mosteiros da Costa e S. Torcato, dizendo-lhes que não
sendo lícito separar os membros da cabeça, era para admirar que eles, cujas
igrejas estavam situadas na diocese de Braga, se recusassem a obedecer ao
Arcebispo da mesma, sem privilégio algum de isenção, o que considerava grande
crime e porque a prescrição não aproveitava à desobediência, portanto
manda-lhes obedeçam à igreja de Braga como os demais clérigos da diocese, sob
pena de confirmar a sentença que contra eles desse o dito Arcebispo.
(João Lopes de Faria, Efemérides
Vimaranenses, manuscrito da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento, vol.
II, p. 109)
Quando me perguntam sobre a antiguidade do antagonismo entre
Guimarães e Braga, eu costumo responder, usando uma expressão popular, que é
tão velho como a Sé de Braga. Todavia, neste caso, o dito popular pode ser lido
literalmente, como o demonstra o facto de hoje passarem oito séculos sobre a
data de emissão de uma Bula do Papa Inocêncio III em que é censurada a rebeldia
dos priores de dois mosteiros vimaranenses (Costa e S. Torcato) que se
recusavam a aceitar a autoridade do arcebispo de Braga. Foi no dia 3 de Maio
do ano de 1213, num tempo em que a Sé de Braga ainda andava em obras.
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