Ao sobredito Marquês, abandonado
da Corte, no seu parreiral, onde manga em tudo.
Qual
rafeiro, que estando ao sol deitado,
Que os
pequenos em pé ouve latindo,
Com o rabo
teso apenas sacudindo
Enxota as
moscas, que lhe tem pousado:
Tal o velho
Marquês, no ouro fiado,
Os mordazes satíricos ouvindo,
À sombra da
piedade se está rindo
De quanto
agora lhe maquina o fado:
Vê livres os
fidalgos inocentes,
Acha-se só, não tem quem o
socorra,
Ódio mortal de todos os viventes:
Um clama ao céu justiça, outro que morra,
Nada o altera; chama-lhe imprudentes;
Filho da puta, gabo-lhe a pachorra
Filho da puta, gabo-lhe a pachorra
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